O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, está organizando uma cúpula climática na qual espera que o presidente Barack Obama confirme a reviravolta do novo governo norte-americano na política para esse setor, segundo diplomatas e funcionários da ONU.
Eles afirmam que Ban pretende chamar dezenas de países para uma "minicúpula" em Nova Iorque no final de março - ainda antes, portanto, da reunião do G20 sobre a crise financeira em Londres, em abril.
"Se isso acontecer, seria a estreia de Obama na ONU", disse um diplomata da entidade, pedindo anonimato. "Será também um forte sinal se ele usar a ocasião para mostrar ao mundo que deseja uma grande mudança ao reverter as políticas ambientais de (seu antecessor, George W. Bush)."
Fontes da ONU disseram que Obama ainda não confirmou presença na reunião, para a qual Ban espera receber grandes poluidores, como China, Índia e EUA, entre outros. Autoridades norte-americanas disseram que Obama ainda não se decidiu sobre participar ou não.
O secretário-geral manifestou preocupação de que a crise financeira leve os países, especialmente os desenvolvidos, a suspenderem investimentos destinados a mitigar o aquecimento global.
Por isso, segundo os diplomatas, ele pretende realizar o encontro climático antes da cúpula de 2 de abril do G20 (bloco de países desenvolvidos e emergentes).
Ao contrário de Bush, que rejeitou o Protocolo de Kyoto por incluir metas obrigatórias de redução dos poluentes, Obama é favorável a limites compulsórios de emissões e promete liderar o mundo no combate ao aquecimento.
Funcionários da ONU se disseram esperançosos de que uma outra reunião, prevista para o fim do ano em Copenhague, leve a um acordo sobre uma meta de reduzir as emissões globais em 50 por cento até 2050. Eles dizem que o apoio de Obama a essa meta antes da reunião será crucial.
"A minicúpula será uma oportunidade para que Obama confirme para o mundo que o clima está no topo da sua agenda", disse um diplomata europeu. "Precisamos disso para que Copenhague seja um sucesso."
O evento dinamarquês deve estabelecer metas de curto prazo, provavelmente até 2020, para que os países ricos cortem emissões de gases do efeito estufa, e também metas para que os países em desenvolvimento desacelerem o crescimento das suas emissões.
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