O trágico desabamento de um complexo têxtil, ocorrido na semana passada, em Bangladesh, já causou 501 mortes, segundo o balanço divulgado nesta sexta-feira (3) pelas autoridades, que fecharam outra fábrica próxima porque o imóvel apresentava rachaduras.
Em entrevista à imprensa local, o porta-voz do Exército bengalês, Shahinul Islam, confirmou o número de vítimas fatais após assegurar que as equipes de resgate retiraram 55 corpos dos escombros nas últimas horas.
O acidente, a maior tragédia industrial da história do país asiático, também feriu 2.437 pessoas que se encontravam no imóvel de nove andares, situado na cidade de Savar.
Um número indeterminado de trabalhadores continua em paradeiro desconhecido, provavelmente debaixo da enorme massa de escombros que o Exército e outros serviços públicos trabalham para retirar há dias.
O edifício ruiu em 24 de abril, com cerca de três mil pessoas em seu interior. Elas foram obrigadas a trabalhar apesar de a Polícia tinha advertido, um dia antes, que havia rachaduras nas paredes.
O Governo destituiu ontem, por "negligência" e "inação", o prefeito de Savar, Mohammed Refatula, e até o momento a Polícia já deteve quase uma dezena de pessoas.
Entre os detidos estão o dono do imóvel - ligado ao partido governante em Bangladesh -, vários proprietários de fábricas têxteis e engenheiros municipais, enquanto um empresário espanhol, David Mayor, está sob ordem de busca e captura.
As autoridades ordenaram, além disso, o fechamento de outra fábrica têxtil, situada a 1,5 quilômetros do complexo que ruiu e onde trabalham milhares de empregados, devido a várias rachaduras em sua estrutura.
O desastre de Savar evidenciou as más condições trabalhistas e de segurança em que trabalham os empregados das fábricas têxteis no país asiático, que abastece várias multinacionais ocidentais.
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