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indústria têxtil

Bangladesh pede que UE não puna comércio do país após desabamento

Bangladesh pediu neste sábado (04) que a União Europeia não adote duras restrições econômicas a sua indústria têxtil como punição pelo desabamento de um edifício que matou 550 pessoas e abrigava uma fábrica de vestuário.

Corpos ainda estão sendo retirados das ruínas neste sábado (04), enquanto famílias desesperadas esperam por notícias das vítimas do pior acidente industrial da história da nação.

A União Europeia, que dá acesso preferencial às roupas vindas de Bangladesh, ameaçou medidas punitivas para pressionar Daca a melhorar os padrões de segurança no trabalho, depois do desabamento da fábrica ilegal no dia 24 de abril.

O desastre, que deve ter começado quando os geradores de energia do prédio foram ligados após um blecaute, colocou pressão nos varejistas dos países ricos que usam a empobrecida nação do sul da Ásia como fonte de produtos baratos.

Cerca de 4 milhões de pessoas trabalham na indústria têxtil em Bangladesh, fazendo do país o segundo maior exportador do mundo, após a China. Alguns trabalhadores ganham 38 dólares ao mês, em condição comparada pelo papa Francisco a "trabalho escravo".

A primeira-ministra, Sheikh Hasina, culpou os donos da fábrica pelo desastre, dizendo que eles ignoraram alertas sobre as rachaduras na paredes do edifício.

Isenção de impostos oferecidas pelos países do Ocidente e os baixos salários ajudaram a transformar o setor do vestuário em Bangladesh em uma indústria de 19 bilhões de dólares por ano, e cerca de 60 por cento de suas roupas vão para a Europa.

"Se a UE ou outros compradores impuserem condições de comércio rígidas sobre Bangladesh, a economia do país será prejudicada, e milhões de trabalhadores perderão seus empregos", afirmou Mahbub Ahmed, autoridade do Ministério do Comércio local.

O governo não recebeu qualquer notificação formal ou ação punitiva por parte da EU ou de qualquer outro país sobre as mortes, disse.

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