O rei do Barein disse que um complô estrangeiro contra o pequeno emirado sunita foi desbaratado, e o líder do Conselho de Cooperação do Golfo afirmou que a interferência do xiita Irã nos países do Golfo Pérsico não será tolerada.
Os confrontos no Barein entre a maioria xiita e o governo sunita causaram enorme tensão na região exportadora de petróleo, que vive os piores distúrbios populares dos últimos anos.
"Um complô estrangeiro foi fomentando durante 20 ou 30 anos até encontrar solo fértil para desígnios subversivos... eu anuncio aqui o fracasso deste complô", disse o rei Hamad bin Isa Al Khalifa às tropas, segundo a agência estatal de notícias BNA.
Caso tivesse sido bem sucedido, afirmou ele, o "complô" poderia ter se espalhado pelos Estados vizinhos.
O rei agradeceu ao envio de tropas dos vizinhos sunitas Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos para ajudar a abafar semanas de tumultos após as manifestações de barenitas xiitas clamando por reformas políticas.
Ele não disse quem estava por trás do complô. Os comentários surgiram após um dia de expulsões diplomáticas mútuas entre o Barein e o Irã.
O secretário-geral do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC na sigla em inglês), Abdulrahman al-Attiyah, declarou a repórteres: "Rejeitamos qualquer intervenção em nossos assuntos internos, e entre estes países (intervindo) está o Irã."
A rede de televisão saudita Al Arabiya citou autoridades barenitas dizendo que sistemas de comunicação foram enviados do Irã para a oposição do Barein.
A ferocidade da repressão do governo na semana passada, durante a qual o Barein convocou tropas do Golfo, impôs uma lei marcial e expulsou os manifestantes das ruas, chocou a maioria xiita, a principal força por trás dos protestos, e enfureceu Teerã.
O Irã, que apoia grupos xiitas no Iraque e no Líbano, se queixou às Nações Unidas e pediu aos vizinhos que se juntem a ele para forçar a Arábia Saudita e retirar sua forças do Barein.
O Barein expulsou o encarregado de negócios iraniano no sábado, acusando-o de ter contatos com grupos de oposição, informou uma fonte diplomática.
O embaixador iraniano foi solicitado a se retirar na semana passada. O Irã reagiu expulsando um diplomata barenita.
Mais de 60 por cento dos barenitas são xiitas. A maioria dos manifestantes tem conclamado uma monarquia constitucional, mas os clamores de radicais pela derrubada da monarquia alarmou os sunitas.
Há décadas os xiitas da região reclamam da opressão dos sunitas, dominantes do mundo árabe.
A crise política do Barein tem sido tema de uma guerra midiática entre canais de televisão pró-Irã e a tevê estatal local. Cada lado acusa o outro de incitação.
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