Soldados israelenses com apoio da artilharia aérea disputavam território na segunda-feira com combatentes do Hamas dentro da Faixa de Gaza, apesar dos apelos internacionais por um cessar-fogo no conflito que matou mais de 540 palestinos em dez dias.Em discurso por uma rádio, Abu Ubaida, porta-voz militar do Hamas, conclamou os combatentes a lutarem "em cada rua, em cada beco" e ameaçou disparar ainda mais foguetes contra Israel.
Os presidentes da França, Nicolas Sarkozy, que foi ao Oriente Médio tentar mediar a crise, e dos EUA, George W. Bush, a 15 dias do fim de seu mandato, fizeram um apelo por um cessar-fogo.
Mas as discordâncias sobre quem vai parar de atirar primeiro e quais seriam os termos da trégua tornam essa hipótese remota.
Falta comida, água e energia em Gaza, onde pelo menos 541 pessoas já morreram, muitas delas civis. Entre as vítimas de segunda-feira estão 13 integrantes de uma família palestina cuja casa, num campo de refugiados, foi atingida num bombardeio, segundo fontes médicas.
O Exército de Israel disse já ter matado dezenas de combatentes do Hamas desde o início da incursão terrestre, no sábado, depois de uma semana de bombardeios por mar e ar.
Israel lançou a ofensiva depois do fim de uma trégua de seis meses, em dezembro, quando o Hamas intensificou o uso de foguetes em resposta contra as ações militares e o bloqueio ao território, que esteve sob ocupação israelense entre 1967 e 2005.
Os combates na segunda-feira entraram pela noite. Militantes usam morteiros, granadas e minas, e tentam atrair os soldados para áreas densamente urbanizadas, segundo testemunhas.
A Força Aérea de Israel bombardeou dezenas de alvos, inclusive casas de membros do Hamas usadas como depósitos de armas.
Ao anoitecer, os soldados tentavam capturar um morro com vista para a cidade de Jabaliya e um campo de refugiados, mas enfrentavam a forte resistência dos combatentes islâmicos, segundo testemunhas. Israel concentrava sua artilharia e sua aviação nessa área.
O avanço militar de Israel na Faixa de Gaza, que tem 40 quilômetros de comprimento, separou o território em dois. A Cidade de Gaza está sob cerco.
O ministro israelense da Defesa, Ehud Barak, disse que a operação ainda pode ficar mais difícil. De acordo com ele, o Hamas sofreu um golpe, "mas não podemos dizer que sua capacidade de combate tenha sido afetada".
"O Hamas não buscou o confronto direto com as nossas forças e quer atraí-las para áreas urbanas. Há momentos difíceis pela frente nesta operação, e o principal teste ainda pode estar por vir."
A chanceler de Israel, Tzipi Livni, rejeitou as propostas européias para o envio de observadores internacionais à Faixa de Gaza, e sugeriu o envio de equipes que ajudem a localizar e lacrar túneis que possam ser usados pelo Hamas para o contrabando de armas.
Na ONU, países árabes estão redigindo uma resolução - com poucas perspectivas de aprovação - que exige um fim imediato à "agressão israelense".
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