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A ex-primeira-ministra paquistanesa Benazir Bhutto exigiu nesta terça-feira que o presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, abandone a chefia do Estado e das Forças Armadas, ao considerar que o general foi longe demais.

- Musharraf deveria renunciar como chefe do Exército e como presidente - disse a ex-governante, em Lahore, no leste do país.

A ex-premier recebeu nesta madrugada uma ordem de prisão residencial, quando se preparava para liderar uma manifestação de protesto contra o estado de emergência.

Em declarações dadas na casa onde está confinada desde a madrugada, Bhutto afirmou que o presidente acabou com o caminho da democracia no Paquistão.

A ex-primeira-ministra, segundo o canal Dawn, afirmou que o Partido Popular do Paquistão (PPP), que ela lidera, não mantém conversas com o general, nem direta nem indiretamente. Foi uma referência ao acordo de poder compartilhado que vinha sendo negociado há meses.

Ela também opinou que os EUA agem bem ao pressionar Musharraf a voltar à democracia. Mas considerou que o general, que declarou o estado de exceção no Paquistão no dia 3, não está escutando os seus próprios aliados.

Bhutto está retida na casa de um dirigente do PPP. O governo regional de Punjab emitiu uma ordem de prisão domiciliar contra ela, válida por uma semana.As autoridades isolaram as ruas próximas com barricadas e cercas de arame farpado, com centenas de policiais reforçando a vigilância

As forças de segurança lançaram na noite de segunda-feira uma batida em Lahore e detiveram cerca de 200 ativistas do PPP. Em todo o Punjab são cerca de 3 mil ativistas de oposição detidos, segundo um porta-voz do partido.

O objetivo é impedir a grande manifestação convocada para esta terça pelo partido de Bhutto contra o estado de exceção, um protesto que o governo declarou ilegal.

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