Tony Blair, enviado especial do Quarteto de Madri (Estados Unidos, União Europeia, Rússia e Nações Unidas) para a paz no Oriente Médio, afirmou neste domingo (18) que os esforços para dissuadir os palestinos de buscar nesta semana o reconhecimento pela ONU da sua condição de Estado estão em andamento. Ele acredita que um acordo pode ser fechado na Assembleia Geral das Nações Unidas antes que o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, faça o pedido de adesão na sexta-feira. Segundo Blair, esse acordo satisfaria as aspirações de independência dos palestinos ao mesmo tempo que a ANP retomaria as negociações diretas de paz com Israel.
A tarefa é muito difícil. Os palestinos rejeitaram recentemente outra proposta de Blair e de dois diplomatas norte-americanos enviados à região na semana passada, Dennis Ross e David Hale. Segundo esse proposta, seriam dados aos palestinos os "atributos de um Estado", incluída a adesão a organizações internacionais não jurídicas. "Agora é muito tarde", disse então o assessor do presidente palestino Abbas, Nabil Shaath. "Essas propostas não são boas nem mesmo para recomeçar a negociar".
"O que buscaremos nos próximos dias é um modo de unir algo que permita as suas reivindicações e legitime as suas aspirações de ter reconhecida a condição de Estado, embora, na verdade, renovando a única coisa que resultará em um Estado - que é a negociação direta entre os dois lados", afirmou Blair à emissora ABC.
Blair disse que pode entender porque os palestinos estão indo à ONU e que eles "podem perfeitamente fazer isso". Blair afirma que o Quarteto quer encontrar uma maneira de "evitar um confronto". As negociações de paz entre a ANP e Israel foram interrompidas em setembro de 2010, quando Israel não renovou uma moratória a construções de colonos israelenses na Cisjordânia, um território palestino ocupado.
"Vamos ver se conseguimos criar algo que permita que os palestinos tenham sua adesão à ONU, avancem com suas aspirações de Estado e, ao mesmo tempo, nos permita desenvolver uma estrutura para negociações, de modo que eles voltem às negociações", disse o ex-premiê britânico ao programa "This Week".
Em um discurso televisionado na sexta-feira, Abbas prometeu apresentar um pedido de adesão à ONU antes de uma reunião do Conselho de Segurança nesta semana, apesar da forte oposição dos Estados Unidos e outros importantes participantes do processo de paz no Oriente Médio.
As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Deixe sua opinião