O ex-premiê libanês Saad al-Hariri e seus aliados políticos não irão participar do governo de seu sucessor, Najib Mikati, disseram fontes próximas a Hariri na quinta-feira.

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Mikati, que tem apoio do grupo xiita Hezbollah, iniciou na quinta-feira as discussões para a formação do novo gabinete, e pediu ao seu rival que participasse de um governo que congregue todas as facções.

O governo de Hariri já era de "união nacional", mas foi derrubado há duas semanas pelo Hezbollah em protesto contra o possível indiciamento de membros do grupo xiita pelo tribunal internacional que investiga o assassinato, em 2005, do ex-premiê Rafik al-Hariri, pai de Saad.

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"O 14 de Março não irá participar da formação do governo", disse uma fonte à Reuters, referindo-se ao bloco pró-Hariri.

Esse movimento havia previamente exigido que Mikati mantivesse a colaboração do Líbano com o tribunal da Organização das Nações Unidas (ONU). Mikati, um bilionário sunita, politicamente centrista, diz que irá buscar um consenso nacional sobre o assunto.

Após reunião com o novo premiê, o chefe da bancada parlamentar do Hezbollah, Mohammed Raad, disse que o grupo não impôs condições para apoiar o novo premiê, nem solicitou cargos específicos no gabinete.

O líder druzo Talal Arslan, aliado do Hezbollah, disse que todas as facções libanesas devem trabalhar juntas "para salvar o país, especialmente do tribunal que está ameaçando (a estabilidade do) Líbano."

Já o líder da bancada pró-Hariri, Fouad Siniora, disse que o Movimento 14 de Março pediu a Mikati que "se comprometa em não aceitar romper as relações do Líbano com o tribunal, inclusive os pedidos de parar de financiá-lo ou de retirar os juízes libaneses."

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A nomeação de Mikati como premiê foi considerada uma vitória do Hezbollah, alterando o equilíbrio regional de poder em favor de seus aliados Síria e Irã.

Os Estados Unidos, que dão apoio a Hariri, dizem estar observando atentamente a formação do novo gabinete por Mikati, que tem proximidade tanto com a Síria quanto com sua rival Arábia Saudita.

Analistas dizem que o magnata das telecomunicações não teria obtido o apoio de 68 dos 128 deputados se a Arábia Saudita fosse contra sua nomeação.

Em entrevista na quarta-feira à Reuters, o novo premiê disse que não há prazo para a formação do novo gabinete, e que se o grupo de Hariri não quiser participar, ele optará por um ministério de tecnocratas.

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