Em reprodução da TV estatal chinesa, o ex-dirigente do partido Comunista Bo Xilai escreve durante seu julgamento, em Jinan, leste da China.| Foto: Reprodução

No terceiro dia de seu julgamento no Tribunal Intermediário de Jinan, no leste da China, realizado neste sábado (24), o ex-dirigente político Bo Xilai afirmou ter traído sua esposa, Gu Kailai, e que poderia ter examinado "mais atentamente" o manejo dos fundos e a procedência do dinheiro de sua mulher.

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"Eu estou envergonhado por isso. Eu fui muito descuidado e era dinheiro público", disse Bo, de acordo com a agência Associated Press. "Eu falhei em recuperar o dinheiro depois, e isso é fato, mas é possível dizer que eu tinha a intenção de desviar verbas? Não."

O ex-secretário-geral do Partido Comunista na cidade de Chongqing também admitiu que, no final dos anos 1990, manteve relações extraconjugais, fato que causou a ira de Gu e fez com que ela se mudasse para o Reino Unido com o filho do casal, Bo Guagua.

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Na primeira parte da sessão deste sábado, as autoridades se dedicaram às acusações de apropriação de US$ 800 mil em dinheiro público. O ex-dirigente político nega as acusações.

Bo é acusado de ter se apropriado de verbas públicas para pagar os estudos de seu filho na Inglaterra. Após passar seus primeiros anos universitários em Harvard, o caçula de Bo agora é estudante da Universidade de Columbia, em Nova York.

Para escapar dessa acusação, Bo alegou que quem pagava os estudos de seu filho era sua esposa, que, como advogada, teria dinheiro suficiente para isso.

"Gu testemunhou que seu escritório de advogados tinha cinco filiais, ou seja, a situação econômica era muito boa. Gu também me disse que Guagua era um estudante excepcional e que tinha conseguido bolsas de estudos", declarou. Bo também falou sobre seu filho mais velho, Li Wangzhi, fruto de seu primeiro casamento, para lembrar que "ele também estudou no exterior".

Na sexta-feira (23), Bo acusou sua esposa de "estar louca" depois que esta, em um depoimento gravado previamente e apresentado no tribunal, lhe acusou de saber que Xu Ming tinha custeado um chalé no sudeste da França que ela comprou, assim como diversas viagens e outras prebendas para o filho do casal, Bo Guagua.

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Gu Kailai foi condenada à morte pelo assassinato de um empresário britânico em 2011, mas a pena pode ser convertida para prisão perpétua. O julgamento será retomado no domingo.