La Paz – O governo boliviano assegurou ontem que seu plano para nacionalização de terras privadas só valerá para áreas adquiridas ilegalmente ou que estejam improdutivas, negando rumores de que haverá expropriações em massa.

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O ministro do Desenvolvimento Rural, Hugo Salvatierra, contestou reportagens da imprensa local segundo a qual haveria planos de confiscar 11 milhões de hectares (10% do território nacional). Segundo ele, o governo "garantirá a segurança jurídica dos proprietários." "Não devem temer o confisco os empresários bolivianos, e menos ainda os brasileiros, caso tenham conseguido terras de maneira legal e cumpram a função para a qual fizeram essas aquisições," disse Salvatierra a jornalistas.

A menção específica aos brasileiros foi feita devido a uma pergunta dos jornalistas sobre a situação das terras próximas à fronteira, sobre as quais há uma série de restrições às propriedade por estrangeiros. Centenas de produtores brasileiros estabeleceram-se em áreas agrícolas na Bolívia no início dos anos 90, atraídos pelo custo mais baixo da terra e pelas boas condições climáticas para o cultivo da soja. Alguns deles são hoje grandes produtores e possuem áreas superiores a 5 mil hectares. As relações entre Bolívia e Brasil atravessam um momento delicado, devido à decisão do governo de Evo Morales de nacionalizar os recursos energéticos e de expropriar parcialmente bens da empresa brasileira Petrobrás.

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