O presidente da Bolívia, Evo Morales, decretou hoje que o Estado assumirá o controle dos 47% das ações da telefônica Entel, filial da italiana Telecom, que pertencem aos bolivianos e eram administradas até agora pelos grupos BBVA (Espanha) e Zurich (Suíça).
A medida foi anunciada pelo ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, e pelo vice-ministro de Coordenação Governamental, Héctor Arce, em entrevista coletiva sobre o reatamento das negociações para nacionalizar a Entel.
"O Governo nacional aprovou um decreto que autoriza a transferência das ações dos bolivianos em favor do Estado", disse Quintana.
A Telecom Italia possui 50% da Entel e um grupo de funcionários e investidores privados, os restantes 3%.
Esta é uma medida similar à decretada em 2006 no setor dos hidrocarbonetos, quando Morales determinou que a empresa estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) assumisse o controle das ações que os cidadãos bolivianos tinham em três petrolíferas.
Os bolivianos que tinham mais de 21 anos em 31 de dezembro de 1995 eram teoricamente proprietários dessas ações em empresas privatizadas parcialmente naquela década, entre elas a Entel e as petrolíferas Andina (filial da espanhola Repsol YPF), Chaco (British Petroleum) e Transredes (Shell e Ashmore).
A gestão daquelas ações foi delegada aos fundos de pensão "Previsión", do Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA), e ao Zurich Financial Service.
Com a decisão desta segunda-feira, o Governo de Morales poderá designar os membros do diretório da Entel que antes eram indicados pelos fundos.
Quintana acrescentou que agora o Estado tem 47% da participação e espera que, nos "próximos dias ou semanas", possa controlar a maioria das ações, para assumir o controle total da empresa telefônica.
O líder boliviano anunciou a nacionalização da Entel no final do mês passado e estabeleceu um prazo de um mês para concretizá-la.
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