Um bombardeio do Exército sírio em Hama matou ao menos 41 pessoas - pelo menos oito crianças - nas últimas 24 horas, informou nesta segunda-feira um grupo de oposição na cidade. É o segundo grande ataque atribuído ao governo em três dias. Na noite de sexta-feira, uma ofensiva deixou mais de 100 mortos, sendo 32 crianças, em Houla, cidade próxima à Hama. A ação foi condenada por unanimidade pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. O regime do presidente Bashar al-Assad nega a autoria do ataque.
O enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, chegou a Damasco e convocou a Síria a agir claramente para mostrar que suas intenções de encontrar uma solução pacífica para a crise são verdadeiras.
Tanques sírios e veículos de combate abriram fogo em vários bairros de Hama neste domingo. A ofensiva teria sido uma resposta a uma série de ataques de rebeldes do Exército Livre Sírio sobre bloqueios e outras posições ocupadas por forças de Assad, disseram fontes da oposição.
Entre os mortos estão cinco mulheres e oito crianças, informou um comunicado do conselho de liderança da Revolução de Hama. A informação não pode ser confirmada de forma independente.
"Os tiros de tanque derrubaram vários prédios. Seus moradores foram retirados dos escombros", disse o grupo opositor local na nota. Vídeos postados na internet mostram um hospital com várias pessoas ao chão, algumas feridas e outras já mortas.
Ao chegar nesta segunda-feira a Damasco, o mediador internacional Kofi Annan afirmou estar horrorizado com as mortes em Houla e instou o governo sírio a tomar passos evidentes de que suas intenções de encontrar uma solução pacífica para o conflito são sérias.
Annan disse esperar ter "discussões sérias e francas" com o presidente Bashar al-Assad, com quem se encontrará na terça-feira. Ele deve conversar ainda nesta segunda-feira com o ministro de Relações Exteriores, Walid Mualem.
Mais cedo, o chefe da missão internacional da ONU, o general Robert Mood, afirmou que enfatizará "o sofrimento do povo sírio" durante seu encontro com Annan. "Hoje, eu espero ansiosamente a visita de Annan, eu espero com interesse poder compartilhar minhas impressões do povo sírio. Também (espero) compartilhar com ele que o sofrimento do povo sírio é algo que eles não merecem", afirmou Mood em Damasco.
Rússia diz que ambos os lados são culpados por massacre
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse nesta segunda-feira que a Rússia está profundamente alarmada pelo massacre na cidade síria de Houla, mas que estava claro que tanto o presidente Bashar al-Assad quanto os rebeldes são culpados.