Tóquio - A agência de segurança nuclear do Japão afirmou ontem que foi interrompida a emissão de fumaça que havia sido observada nos reatores números 2 e 3 da usina Daiichi, em Fukushima, e que os níveis de radiação no local estão estáveis. Mas em outro revés, a operadora da usina, a Tokyo Power Electric Co. (Tepco), disse ter descoberto que algumas das bombas do sistema de resfriamento do reator 2 não funcionam mais o que significa que terão de ser substituídas. Não está claro quanto tempo isso levará.
As causas das emissões de fumaça branca dos reatores 2 e 3 estão sob investigação. Normalmente, quando o sistema de resfriamento do combustível é comprometido, o calor emanado provoca evaporação da água, criando fumaça. Isso aconteceu em vários dos seis reatores de Daiichi.
Na noite de ontem, pelo horário local do Japão, o vice-diretor-geral da Agência de Segurança Nuclear e Industrial do Japão, Hidehiko Nishiyama, disse aos repórteres porquê existe tanta incerteza sobre quando o trabalho será finalizado.
"Nós sofremos um desastre enorme que provocou sérios danos à usina nuclear, isso em uma escala que não era esperada e prevista", disse Nishiyama. Os sistemas de resfriamento dos reatores da usina foram desligados pelo apagão que se seguiu ao terremoto de 9 graus e ao tsunami em 11 de março. Desde então, as condições em Daiichi Fukushima são muito instáveis, com quatro explosões e pelo menos dois incêndios nos reatores.
O novo vazamento de ontem provocou a retirada temporária dos trabalhadores, que só voltaram quando a fumaça deixou de ser expelida do reator 2.
À Kyodo News, o primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, disse que as condições em Daiichi estão melhorando gradualmente e que o governo vai preparar os planos de reconstrução do país.