Câmara de contenção de poluição é transportado para o convés enquanto navio é preparado para embarcar próximo ao Porto Fouchon, Louisiana.| Foto: REUTERS/Guarda Costeira dos EUA/Patrick Kelley/Divulgação

Engenheiros da empresa British Petroleum, usando robôs submarinos, manobraram nesta sexta-feira uma enorme câmara metálica até uma distância de 60 metros do poço responsável pelo vazamento de petróleo no Golfo do México, como parte dos esforços para controlar o problema que ameaça causar uma catástrofe ambiental na costa sul dos Estados Unidos.

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A campânula tem altura equivalente a um prédio de quatro andares, e vai operar a quase 1.600 metros de profundidade, recolhendo o petróleo e desviando-o para navios especiais.

Nunca esse método foi usado a tamanha profundidade, e para manobrar a peça os engenheiros enfrentam dificuldades como a escuridão, as correntes marítimas e a pressão elevada.

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"Não podemos estar confiantes de que irá funcionar", alertou o executivo-chefe da empresa, Tony Hayward.

Segundo ele, a peça está sendo descida "muito cuidadosamente" até o vazamento, e os próximos três ou quatro dias serão gastos nas conexões necessárias para o bombeamento, o que pode começar a acontecer na segunda-feira. Paralelamente, a BP escava um poço auxiliar, obra que deve levar dois a três meses.

Outra possibilidade seria injetar fluidos pesados no poço para "tapar" o vazamento por cima, mas isso demoraria "algumas semanas", disseram funcionários da BP, pois é preciso consertar uma válvula de segurança com robôs submarinos.

A BP, que deve sofrer enormes prejuízos por causa do acidente, recebeu um novo golpe, com a notícia de que a agência Standard & Poor's reduziu as perspectivas da empresa petrolífera britânica de estáveis para negativas.

A companhia sofre forte pressão de Washington para assumir suas responsabilidades, naquele que pode ser o maior vazamento de óleo na história dos Estados Unidos.

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O secretário de Interior norte-americano, Ken Salazar, disse após reunião com executivos da BP, em Houston, que a empresa "cometeu alguns erros muito importantes."

Ele reiterou a decisão do governo de suspender novas licenças para prospecção de petróleo em alto mar até o dia 28, quando uma comissão oficial deve entregar uma avaliação da segurança dessa atividade. Perfurações já iniciadas serão mantidas.

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