O governo brasileiro prepara um documento para ser discutido no âmbito da 2ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da América do Sul e da África (ASA) em busca de um consenso envolvendo uma posição conjunta sobre a ruptura do processo democrático em Honduras, que culminou com a deposição do presidente Manuel Zelaya e o cerco embaixada brasileira em Tegucigalpa, a partir do retorno do presidente deposto ao país que se abrigou na embaixada.
Embora não tenha se furtado a falar sobre o tema, o embaixador Gilberto Moura, diretor do Departamento de Mecanismos Regionais do Ministério das Relações Exteriores, que cuida especificamente das reuniões de cúpulas, não quis antecipar a posição brasileira e tão pouco confirmou a apresentação do documento.
Eu não posso responder isto aos senhores. Claro que o assunto é candente, é importante e a há, naturalmente, uma preocupação do governo brasileiro em relação a uma situação da nossa embaixada em Honduras e em relação situação do próprio país, mas, naturalmente, uma decisão sobre uma declaração conjunta será tomada em conjunto entre os chefes de Estado e de governo dos países membros, disse.
Ainda assim, diante da relevância do tema, Moura admitiu que sempre existe a possibilidade de que isto venha a ocorrer [a proposta de uma posição conjunta], mas adiantou ser necessário observar, primeiro, como a reunião irá se desenvolver e se o tema será de fato levantado.
Nós poderemos realmente trabalhar com essa possibilidade [da proposta por parte do governo brasileiro de uma proposição conjunta sobre a crise em Honduras], mas realmente eu digo com sinceridade que eu não tenho os elementos necessários para assegurar que o documento com a posição conjunta será parte integrante da declaração do encontro. Pode vir a ocorrer, como também por alguma razão poderá não constar da declaração, afirmou.
O embaixador disse que o Brasil não pode antecipar, inicialmente o teor do comunicado. Porque é um comunicado conjunto que envolve 53 países da África e 12 da América do Sul".
O embaixador Gilberto Moura lembrou que todos os pontos da declaração a ser formulada do encontro estão sendo negociados de forma reservada em salas separadas e que se houver uma posição conjunta sobre Honduras será do conhecimento de todos.
Mas, como vocês sabem, o tema foi levantado pelo ministro Celso Amorim [das Relações Exteriores] recentemente e também pode ser questão de debate agora na ASA.
O assunto Honduras tornou-se um dos assuntos regionais mais importantes do encontro dos chefes de Estado e de governo, e é considerado, por parte das autoridades brasileiras, de suma importância na medida em que o país considera fundamental a manutenção da democracia na região.
Moura garantiu que assim que tiver a informação concreta de que o caso Honduras resultará na produção de um documento parte, ou se será parte integrante da declaração a ser tirada do encontro a divulgará aos jornalistas.
O embaixador Gilberto Moura disse que os participantes da 2ª Cimeira estão trabalhando em uma declaração que consolida de certa maneira o diálogo político que se pretende definir entre as duas regiões, América do Sul e África. Elas naturalmente envolvem varias elementos importantes da agenda internacional importante para as duas regiões. Existe também o documento em que nós estamos trabalhando e que consolidaria os projetos de cooperação que nós desejamos implementar entre as duas regiões, disse.
O embaixador ressaltou o fato de que no âmbito da ASA existem oito grupos de trabalho, e estes oito grupos de trabalho mantiveram reuniões ao longo do ano e produziram plano setoriais de trabalhos, todos consolidados e que serão implementados em uma próxima fase, envolvendo as áreas de educação, cultura, ambiente, ciência e tecnologia, administração pública e energia.
A 2ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo será aberta oficialmente s 11h de hoje sábado (27) com reuniões até amanhã 27, quando será encerrada. O evento ocorre sob forte esquema de segurança e regime de lei seca, imposta pelo presidente Hugo Chávez. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou Isla Margarita, no fim da noite desta sexta-feira(25).
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas
Deixe sua opinião