O Paraguai e o Brasil iniciarão na próxima semana as negociações formais sobre a hidrelétrica de Itaipu, quando comissões técnicas de ambos os países se encontrarem nos escritórios da empresa binacional, disseram funcionários nesta sexta-feira (26).
O coordenador da equipe negociadora paraguaia, Ricardo Canese, afirmou a jornalistas que os técnicos se reunirão nesta segunda-feira (29) na usina, construída sobre o rio Paraná, na fronteira entre os dois países.
Durante o encontro, será analisada a reivindicação paraguaia de receber um preço melhor pela energia excedente gerada na usina e que por contrato só pode ser vendida ao Brasil.
"Vamos começar as negociações sobre a agenda proposta pelo nosso país e tratar a fundo temas complexos como a livre disponibilidade de energia, o preço justo e a dívida", disse Canese.
O Paraguai quer também a possibilidade de vender o excedente a terceiros e uma redução nos juros de uma dívida que Itaipu tem com a estatal brasileira Eletrobrás.
Itaipu, uma das maiores hidrelétricas do mundo, gera 20 por cento da eletricidade consumida no Brasil. Pouquíssima energia da central é efetivamente usada no Paraguai.
O novo governo esquerdista do Paraguai, presidido pelo ex-bispo católico Fernando Lugo, apresentou em agosto uma série de reivindicações ao Brasil, entre as quais a principal é a revisão do tratado de Itaipu, que estabelece um preço em vigor até 2023.
"Vamos tratar com toda a seriedade e profundidade de cada um dos pontos no prazo mais breve possível, mas também sabendo que pela complexidade isso vai levar um certo tempo", disse o negociador, antevendo meses de discussões.
Lugo e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encontraram-se na semana passada em Brasília e concordaram em abrir as mais amplas negociações sobre a usina desde a assinatura do tratado de fundação, em 1973.
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