Sakineh Ashtiani: apesar da resistência iraniana, Itamaraty mantem pedido de gesto humanitário| Foto: Anistia Internacional

São Paulo - O chanceler Celso Amorim disse ontem que a oferta do Brasil de asilo à iraniana Sakineh Ashtiani, condenada a morrer apedrejada pelo crime de adultério, "não é uma negociação’’, e sim "um apelo’’, uma vez que Teerã possui autonomia para agir como achar melhor.

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Ontem, após falar a alunos da USP, Amorim afirmou que o caso de Sakineh é diferente do que ocorreu com a francesa Clotilde Reiss, que foi libertada no Irã após dez meses de prisão por espionagem, graças a apelo do presidente Lula durante visita ao país, em maio passado.

"É uma situação diferente. Claro que [o caso Sakineh] choca a sensibilidade nossa. Mas é uma situação iraniana. No outro caso, era uma cidadã estrangeira, o que nos dava margem de negociação.’’

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Sobre as alegações do embaixador iraniano em Brasília, Mohsen Shaterzadeh, de que não recebera pedido formal de asilo, o ministro disse que "o que o embaixador brasileiro diz a seu interlocutor em outro país é oficial’’.

Amorim disse ainda que evita "comentar comentários do que acontece ou deixa de acontecer’’. "Isso não acrescenta em nada’’, completou, em referência ao mal-estar gerado pelas declarações.

Programa nuclear

O Brasil participou intensamente das negociações entre o Irã e a comunidade internacional sobre o programa nuclear do país persa. Apesar de ter conseguido um acordo para o envio de urânio iraniano para ser enriquecido no exterior, o governo brasileiro foi derrotado no Conselho de Segu­­rança da ONU, que aprovou novas sanções ao país persa.

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