A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, acusou os países ricos de tentar "inverter papéis" e tratar as nações em desenvolvimento – incluindo o Brasil – como se fossem desenvolvidas. Dilma, que participou ontem da primeira reunião de ministros da 15.ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-15), em Copenhague, classificou como "um escândalo" a proposta de que países em desenvolvimento contribuam também com financiamento para um fundo global de combate às mudanças climáticas.

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"Sinto uma inversão de responsabilidades aí. Digam quanto vocês (os países desenvolvidos) vão colocar (no fundo), a responsabilidade é de vocês. Aceitar que desenvolvidos e em desenvolvimento tenham o mesmo tratamento é um escândalo", afirmou a ministra.

Dilma chegou no último sábado a Copenhague para a segunda semana da conferência, que busca um novo acordo internacional de combate às mudanças climáticas. Apesar das críticas, a ministra disse que sentiu avanços nas negociações. Mas ficou claro que a questão do dinheiro é um nó que está longe de ser desatado. Ela enfatizou que o Brasil não só não planeja colocar recursos em um fundo como ainda pretende ter acesso a financiamentos – algo que propostas recentes dos países ricos tentam evitar, barrando o acesso dos emergentes e reservando o dinheiro somente para os mais pobres.

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"Hoje, no Brasil, estamos nos financiando com dinheiro próprio. Estamos fazendo a nossa parte. Se houver financiamento (internacional), vamos fazer mais rápido", disse Dilma. "Quem achar que tem dinheiro, que contribua. Mas tem de ter muito dinheiro ou então não cumpre as próprias metas. Nós não vamos dar um passo maior que a perna."