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Paula Oliveira vive legalmente na Suíça | Reprodução AE
Paula Oliveira vive legalmente na Suíça| Foto: Reprodução AE
  • A barriga da brasileira após as agressões bárbaras feitas por neo-nazistas na Suíça

A brasileira Paula Oliveira, de 26 anos, que foi agredida por três homens na noite de segunda-feira (9) na cidade suíça de Dubendorf, perto de Zurique, deve voltar ao Brasil assim que tiver alta do hospital, confirmou ao G1 nesta quinta-feira (12) o pai da moça. Segundo Paulo Oliveira, a bacharel em direito está em estado de choque.

Grávida de gêmeos havia três meses, ela acabou perdendo as crianças em decorrência das agressões e sofreu cortes em todas as partes do corpo. Ela mora na Suíça há quase dois anos, é residente legal e trabalha em uma empresa local.

Segundo Paulo, a polícia ainda não os procurou para que prestem depoimentos. "Ela foi socorrida pelos policiais que ainda tentaram intimidá-la, dizendo que ela era responsável pela versão da história que estava contando. Provavelmente não sabiam que ela era legal, morava e trabalhava lá."

Paula ficou sob tratamento no Hospital da Universidade de Zurique na quarta-feira e voltou para dormir em casa, mas teve de retornar ao hospital nesta quinta.

"Ela foi chamada para tomar vacinas antivirais. Como foi ferida por objetos cortantes, os estiletes poderiam estar contaminados com hepatite ou outra doença", disse ele.

A agressão

Segundo relatos que fez para o pai, ela havia acabado de sair do trem e ia em direção à casa onde reside com o companheiro, Marco Trepp, quando, segundo ela, foi surpreendida por três homens, aparentemente neonazistas.

"Deram socos, chutaram e a cortaram com estiletes no corpo inteiro e até fizeram a sigla SVP nas pernas. Nada foi roubado", afirmou Paulo Oliveira, por telefone, de Zurique, ao G1. "Eles tinham suásticas na cabeça", informou ele.

Paulo Oliveira, que é secretário parlamentar, foi avisado por ela, por telefone, sobre o ocorrido na madrugada de terça-feira (10), pelo horário de Brasília. Em seguida, avisou ao deputado federal Roberto Magalhães (DEM-PE), para quem trabalha, e também ao senador Marco Maciel (DEM-PE), e pegou o primeiro voo em direção a Zurique, juntamente com a mãe de Paula, Geni.

O pai da vítima contou ainda que a polícia ainda não procurou a filha para obter mais detalhes do ataque. "Aparentaram nenhum interesse. Aparentemente estão trabalhando sem nos dar informação", afirmou. "Mas neste momento a prioridade é cuidar da minha filha. Ela está em estado de choque", completou.

Investigação

A cônsul-geral do Brasil em Zurique, Victoria Cleaver, disse à Globo News que teve contatos nesta quinta-feira com autoridades envolvidas na investigação do caso. Ela disseram que as investigações estão em curso e que algumas "testemunhas indiretas" da agressão já foram localizadas.

De acordo com Cleaver, as autoridades pediram "paciência", argumentaram que os detalhes da investigação estão sendo mantidos em sigilo e prometeram um relatório ainda nesta quinta-feira.

Cleaver contou ainda que conversou com Paula depois do ataque e com o policial que fez o atendimento de Paula logo após o namorado dela ter chamado a polícia.

"O policial que a atendeu e chamou a ambulância deu o cartão dele para ela e foi com ele que fiz o primeiro contato. Estranhamente, ele pediu que fizesse o pedido do que queria por escrito. Depois, também por escrito, disse que, se o consulado quisesse mais informações, falasse com a própria vítima", afirmou.

A cônsul-geral disse que SVP é a sigla de um dos principais partidos políticos suíços (Centro da União Democrática, em livre tradução).

"Uma facção do partido tem uma posição muito dura em relação à questão da imigração. Um grupo era contrário ao referendo (que pode dar mais abertura a imigrantes no país). Acham que tem com o aumento da imigração tem trazido mais problemas, mais concorrência e piora no serviço de saúde e na criminalidade", disse ela.

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