O embaixador do Brasil na Organização dos Estados Americanos (OEA), Ruy Casaes, acusou nesta quarta-feira o governo de facto de Honduras de "tortura" em ações contra a Embaixada brasileira em Tegucigalpa onde, há um mês, está refugiado o presidente deposto Manuel Zelaya.
"Há excesso de intensidade de luz que se une à tortura do ruído. Durante toda a noite, há ruídos para impedir que se possa dormir em condições razoáveis", disse o diplomata brasileiro em reunião do conselho permanente da OEA, em Washington.
Dezenas de pessoas, entre aliados e parentes de Zelaya, jornalistas e funcionários da Embaixada estão na missão.
O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, disse que, apesar do impasse, nenhum dos lados está disposto a abandonar as negociações.
Já os EUA ameaçam aumentar a pressão sobre o governo do presidente de facto, de Roberto Micheletti, caso o diálogo não seja levado a sério.
"As negociações não devem servir para ganhar tempo", disse o representante americano na OEA, Lewis Amselem. Segundo o diplomata, "o regime de facto não tem se mostrado tão flexível quanto o presidente Zelaya".
Apesar da posição dura dos EUA, porém, alguns analistas já dizem que o governo de Barack Obama poderia aceitar o resultado da eleição presidencial de novembro.
Além disso, a pressão dos republicanos, liderados pelo senador Joe DeMint, se intensificou. O parlamentar americano, em entrevista à rede de TV Fox News, afirmou que não existe, "em toda a América Latina, um governo tão pró-EUA" como o de Micheletti.
Representantes do Tribunal Eleitoral de Honduras se reuniram nesta quarta-feira com parlamentares americanos para defender as eleições presidenciais do país.
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