Londres (das agências internacionais) Cerca de 30 pessoas fizeram um protesto ontem, em frente ao Parlamento do Reino Unido, contra a ação da polícia britânica que resultou na morte do brasileiro Jean Charles de Menezes, depois de ser confundido com um terrorista. Apesar de estarem em número reduzido, os manifestantes chegaram a bloquear o trânsito na frente do Parlamento. Os brasileiros, entre eles alguns amigos de Menezes, eram maioria entre os manifestantes. Pela manhã, outros protestantes se reuniram na frente da estação de Stockwell, onde Menezes foi morto na sexta-feira.
Brasileiros que vivem em Londres estavam indignados com a morte do amigo. "Ele era uma pessoa tranqüila, que costumava ir para o trabalho, tomar um drink no final do dia e depois ir para casa relaxar", disse Fausto Soares, de 26 anos, um amigo próximo de Menezes que participava de uma vigília em frente a sede da polícia inglesa. Soares disse a imprensa que Jean provavelmente correu dos policiais porque há duas semanas "havia sido agredido por ingleses, e por isso deve ter tido medo".
Para o companheiro de trabalho do brasileiro, Geio de Ávila, ele pode ter corrido "simplesmente porque estava atrasado."Segundo Gésio, Jean ligou para ele quando estava entrando na estação de metrô para dizer que chegaria um pouco atrasado ao trabalho que ambos realizariam juntos naquele dia.
"Meu primo foi assassinado a sangue frio, em uma atitude irresponsável contra uma pessoa inocente", declarou Alex Alves Pereira, que morava junto com Jean em Londres e reconheceu o corpo dele em um necrotério da capital britânica. "Ela era um trabalhador e não tinha nada a ver com o terrorismo".
A inesperada morte do brasileiro comoveu e horrorizou os habitantes de Gonzaga, uma pequena cidade localizada no nordeste do estado de Minas Gerais, onde vive sua família. "Mamãe está muito abatida, descontrolada, não tem condições de falar. Papai também está muito chocado. Jean foi criado aqui e vimos ele crescer", disse Maria do Carmo Pereira, uma vizinha dos pais da vítima. Os pais de Jean, Matuzinho Otoni Oliveira e Maria Otoni Menezes, vivem modestamente da agricultura em uma zona rural próxima ao centro de Gonzaga.
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