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Curitiba – A greve dos funcionários do transporte em Nova Iorque e o conseqüente caos urbano vivido desde o último dia 20 e que terminou ontem dividiu as opiniões de nova-iorquinos e brasileiros residentes na cidade, entre manifestações de apoio ou não à atitude tomada pelos grevistas.

"A cidade não está preparada para sobreviver sem transporte público, não havia lugar para estacionar ou guardar os carros", declara a curitibana Vaneska Marchesini Kluck, 35 anos, na metrópole há 13 anos. "A polícia às vezes atrapalha mais do que ajuda no tráfego. Daí as pessoas preferiram andar, ir de bicicleta, patins, usaram a criatividade. Em todos os lugares deixaram as pessoas chegarem uma hora mais tarde no trabalho."

De acordo com Vaneska, não existiu dificuldade em obedecer à regra de levar, no mínimo, quatro pessoas no automóvel. "Meu namorado tem um carro e andamos em seis. É proibido, mas nesses dias nenhuma autoridade reclamou, vivemos de exceção em exceção", diz.

Quem não tem carro, como a estudante paulista Paula Tripodi, de 22 anos, ficou ilhado dentro de casa. "Moro no Brooklin, mas tudo acontece em Manhattan. Eu precisava ir para lá mas não fui porque não tinha condições. Tive de mudar todos os meus planos. As pessoas em geral ficaram mal-humoradas por não conseguir fazer compras de Natal", afirma. "O dia de ontem foi o pior pelas confusões nas ruas. Muitos ficaram com ódio dos trabalhadores por todo esse incômodo", completa Kluck.

Para aumentar a raiva, os taxistas não fizeram grandes esforços para ajudar. "Eles chegaram a se recusar a levar as pessoas quando achavam que uma corrida não valia a pena", conta o empresário e músico Diego Costa, de 31 anos, que mora no centro financeiro da cidade. Uma corrida que antes custava cerca de US$ 11, independentemente do número de passageiros, chegou a custar US$ 15 por pessoa.

Os empresários, segundo Diego, foram os que mais reclamaram das circunstâncias. "Pesquisas apontaram que 52% da população é favorável à reivindicação dos grevistas, mas os empresários ficaram bastante preocupados. As pessoas estão preferindo comprar mais pela internet. Um lojista comentou que 25% do faturamento anual dele vem na época de Natal e que os prejuízos com a greve devem ser inesquecíveis", diz.

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