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O Mercosul pediu ontem aos países desenvolvidos um novo avanço na eliminação de subsídios a seus produtos agrícolas e alertou que uma abertura maior nos setores industrial e de serviços geraria mais desemprego na região. A proposta do bloco composto por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai enfrenta a da União Européia (UE). Ambas serão discutidas na próxima semana na reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Hong Kong. Dentro do bloco americano, Paraguai e Uruguai reclamam que estão sendo marginalizados. Os dois países pediram mais integração aos demais parceiros e criticaram acordos entre Brasil e Argentina.

Gás para todos

Brasil, Argentina e Venezuela concordaram ontem em iniciar estudos para construção de um gigantesco gasoduto, que interligaria as três principais economias sul americanas e que poderá se ampliar a outros países, de maneira a tornar a região independente do ponto de vista energético. O ministro de Minas e Energia do Brasil, Silas Rondeau, disse a jornalistas que o gasoduto terá uma extensão de 8 mil quilômetros e demandará investimentos entre 10 bilhões e 17 bilhões de dólares. Ele afirmou que a construção levaria cerca de 5 anos e que o gasoduto poderá abastecer Brasil, Uruguai, Argentina, Chile, Paraguai, Bolívia, Peru e Colômbia.

Bolívia à vista

A Bolívia pode ser o próximo país a se tornar membro efetivo do Mercosul após a campanha presidencial no país, disse ontem a autoridade máxima do bloco, o ex-vice-presidente da Argentina Carlos Alvarez. A incorporação da Venezuela é a primeira registrada pelo bloco desde sua criação, há dez anos, com a união de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Outros países da América do Sul — Chile, Bolívia, Peru, Colômbia e Equador — são parceiros associados ao bloco, mas não têm status de sócios. A Bolívia, que conta com grandes reservas de gás, terá eleição presidencial no dia 18 de dezembro. O líder cocaleiro Evo Morales é o favorito segundo as pesquisas.

Novo comando

A cúpula semestral do Mercosul terminou ontem em Montevidéu com a transferência, por parte do Uruguai, da Presidência temporária do bloco à Argentina, que desempenhará a tarefa durante os próximos seis meses. O chefe do Estado uruguaio, Tabaré Vázquez, que exerceu a Presidência pró témpore do bloco durante o segundo semestre deste ano, entregou o comando a seu homólogo argentino, Néstor Kirchner, após o fim das deliberações. Kirchner parabenizou Vázquez "pela tarefa desempenhada neste período", que hoje terminou com o início do processo de incorporação da Venezuela como membro pleno do Mercosul, que não tinha modificações há 15 anos.

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