O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, chegou na noite desta segunda-feira (12) à cidade de Mérida, no leste do México, para iniciar a última etapa de sua visita à América Latina, após passar por Brasil, Uruguai, Colômbia e Guatemala.
O avião presidencial Air Force One pousou às 21H05 local (00H05 Brasília de terça-feira) em Mérida, onde Bush foi recebido pelo embaixador americano, Antonio Garza, e por pessoal da chancelaria mexicana.
Na pista do aeroporto, Bush tomou uma limusine negra com as bandeiras de México e Estados Unidos.
Durante o dia, mexicanos realizaram marchas de protesto contra a visita do presidente norte-americano na cidade. Como ocorreu na maioria das cidades por onde Bush passou, ativistas carregaram faixas comparando o presidente dos EUA ao líder nazista Adolf Hitler.
Guatemala
Durante a visita na Guatemala, O presidente dos Estados Unidos ajudou pequenos produtores rurais a carregarem caixas de alface em um caminhão, como forma de demonstrar os benefícios do livre-comércio na América Latina.
Usando um casaco colorido, Bush deu uma força na Unidade de Embalamento Labradores Mayas, uma cooperativa fundada por agricultores indígenas da localidade de Chirijuyu.
"O livre-comércio é importante. É um portal. Cria empregos na América e cria empregos aqui", afirmou ele aos agricultores, que exportam legumes para os supermercados Wal-Mart na América Central.
A Guatemala, um país marcado pela pobreza, a corrupção e o narcotráfico, com um governo fortemente aliado a Washington, é a penúltima escala da viagem de Bush pela América Latina, que já incluiu paradas no Brasil, no Uruguai e na Colômbia.
Ele foi recebido com cartazes e alguns poucos gritos de "Viva Bush" por moradores com trajes típicos e chapéus de palha na localidade de Santa Cruz Balanya. Em outras cidades guatemaltecas, porém, houve protestos contra a presença de Bush -- presidentes norte-americanos são especialmente impopulares no país devido ao apoio dos EUA à repressão militar na longa guerra civil do país.
Preocupado com a crescente influência do venezuelano Hugo Chávez na região, Bush usou sua viagem para tentar melhorar as relações com líderes de direita ou moderados de esquerda, num esforço para contrabalançar o antiamericanismo resultante da guerra do Iraque e das políticas comerciais e migratórias dos EUA.
Bush disse que o livre-comércio revela o melhor de cada um. "Queremos que as pessoas realizem o potencial que Deus lhes deu", disse ele aos agricultores. Antes, o presidente havia visto unidades médicas militares dos EUA e da Guatemala atendendo a população local.
Viagens de Chávez
Chávez ofuscou Bush na segunda-feira, visitando a Jamaica após uma escala na Nicarágua no fim de semana para um encontro com o presidente Daniel Ortega, ex-inimigo dos EUA durante a Guerra Fria. Chávez também está percorrendo vários países da América Latina, fazendo críticas frequentes a Bush.
O chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, disse que a viagem de Bush mostra seu desespero em conquistar amigos numa região que vem escolhendo vários presidentes antiamericanos, como Chávez, Ortega e o boliviano Evo Morales.
"É uma viagem barata, produto do desespero e da derrota das suas políticas internacionais e do imperialismo", disse Maduro na Jamaica.
O porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, acusou os jornalistas de transformarem a viagem de Bush em uma luta dele contra Chávez, ao invés de se dedicarem apenas à agenda de Bush. "Não colocamos ninguém mais na nossa bagagem", afirmou.
Esta é a primeira visita de um presidente dos EUA à Guatemala desde 1999, quando Bill Clinton qualificou de errada a ajuda dada por Washington à repressão militar na América Central.
A Guatemala deve pedir a Bush que dê helicópteros, sistemas de navegação e outros recursos para combater os narcotraficantes que vêem se infiltrando na polícia e matando políticos e autoridades.
O relatório anual do Departamento de Estado dos EUA sobre direitos humanos, divulgado na semana passada, destaca a corrupção e a impunidade nas forças guatemaltecas, citando queixas de sequestros, estupros e homicídios supostamente cometidos por policiais em 2006.
Imigração
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, promoverá nesta segunda-feira (12), durante visita à Guatemala, o livre-comércio na América Central e a necessidade de mais segurança contra o crescimento da violência política e ligada às drogas. Outro tema importante a ser discutido pelo presidente americano é a imigração, já que milhares de guatemaltecos vivem ilegalmente nos EUA.
Em um intervalo nos encontros oficiais, Bush visitará uma cooperativa rural e fará um passeio arqueológico por ruínas maias, para decepção de líderes maias que prometerem "limpar" o local espiritualmente depois da passagem, porque consideram o presidente dos EUA um agressor.
A Guatemala é a penúltima parada na viagem de uma semana de Bush por cinco países da América Latina, onde enfrenta fortes declarações do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Bush deve permanecer no país por 23 horas.
"A batalha entre o império dos Estados Unidos e o grande povo latino-americano está acontecendo novamente", disse Chávez em discurso no domingo na cidade colonial de Leon, na Nicarágua.
Cerca de 50 indígenas maias das montanhas, acompanhados por um partido esquerdista, protestaram na Cidade da Guatemala no domingo (11). Eles cantaram hinos revolucionários, escreveram frases contra Bush nas paredes, e passaram em frente à embaixada norte-americana.
Bush é o primeiro presidente dos EUA a visitar a Guatemala desde 1999, quando Bill Clinton esteve no país. Ele oferecerá apoio ao presidente Oscar Berger, considerado aliado dos EUA na guerra contra as drogas.
A Guatemala pedirá apoio no combate aos traficantes que se infiltraram na polícia e podem estar envolvidos em oito assassinatos de políticos e policias no último mês.
"A Guatemala precisa com urgência de helicópteros e sistemas modernos de navegação para perseguir grupos que têm tecnologia mais avançada", disse à Reuters o assessor de Berger, Richard Aitkenhead.
O relatório anual de direitos humanos do Departamento de Estado dos EUA, divulgado na semana passada, ressalta a corrupção e a impunidade na forças de segurança da Guatemala, citando reclamações de seqüestros, estupros e assassinatos cometidos pela polícia em 2006.
Antes de chegar na Guatemala, Bush passou por Colômbia, Uruguai e Brasil. O destino final da turnê de Bush pela América Latina é o México.
Colômbia
Bush fez uma visita de apenas sete horas na Colômbia, no domingo, onde se encontrou com o presidente Alvaro Uribe.
Durante sua curta estadia em Bogotá -e protegido por cerca de 21 mil homens das diferentes forças do Estado-, Bush se comprometeu com o presidente colombiano a trabalhar pela aprovação do Tratado de Livre-Comércio (TLC), assinado pelos dois países, pendente da aprovação no Congresso dos EUA.
Bush disse que lutará para continuar o apoio ao Plano Colômbia contra o narcotráfico. Ele se reuniu também com afro-descendentes e antes de se deslocar para o aeroporto parou na embaixada de seu país em Bogotá, considerada uma das mais seguras do mundo.
O presidente norte-americano expressou apoio explícito a seu colega colombiano, Uribe, que atravessa momentos complicados no governo por causa do escândalo conhecido como "parapolítica".
"Uribe é um líder ao que estou orgulhoso de chamar amigo e aliado estratégico", disse Bush.
Uribe ofereceu a seu colega americano tornar a Colômbia uma grande fonte de biocombustíveis, após lembrar que seu país é o terceiro produtor de etanol das Américas, atrás de Brasil e Estados Unidos.
"Temos mais de seis milhões de hectares de terras que podemos conquistar para os biocombustíveis sem derrubar uma árvore sequer", assinalou Uribe ao lado de Bush.
Uribe lembrou ainda que a Colômbia pode produzir um milhão de litros de etanol, que utiliza para cobrir parcialmente a demanda nacional por combustíveis.
Uruguai e Brasil
O presidente norte-americano visitou o Uruguai, no sábado (10), e o Brasil, na sexta-feira (9).
Bush foi recebido com fortes protestos em ambos os países, onde procurou discutir questões comerciais. Veja imagens das manifestações anti-Bush pela América Latina.
Em São Paulo, o presidente americano selou uma aliança com Luiz Inácio Lula da Silva para "cooperação e desenvolvimento na área dos biocombustíveis".
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