A revelação de um documento secreto que, desde 2005, autoriza a CIA a usar táticas duras em interrogatórios e prisões no exterior, obrigou o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, a abordar o assunto novamente. Bush defendeu nesta sexta-feira o uso de prisões no exterior para deter suspeitos de terrorismo, e disse que os interrogatórios foram conduzidos por profissionais treinados, que não usaram a tortura.
Bush disse ainda que o programa estabelecido por ele para deter e interrogar suspeitos de terrorismo gerou informações que ajudaram a proteger cidadãos norte-americanos.
- Este governo não tortura. Mantemo-nos fiéis à lei americana e a nossas obrigações internacionais - disse Bush a repórteres no Salão Oval. - Há profissionais altamente treinados interrogando esses extremistas e terroristas.
Segundo reportagem do "New York Times", o Departamento da Justiça endossou secretamente, em 2005, o uso de métodos como a simulação de afogamento, tapas na cara e exposição ao frio, e a manutenção de prisioneiros em locais secretos fora dos Estados Unidos. As revelações provocaram novas pressões por parte dos parlamentares democratas, que pedem a divulgação de documentos secretos do Departamento da Justiça.
O programa de detenções da CIA, revelado pela primeira vez pelo "Washington Post" em 2005 e confirmado por Bush em setembro de 2006, provocou indignação internacional. Ainda há rumores sobre quais países teriam permitido a operação, mas o governo dos EUA não dá declarações sobre as alianças.
Os programas da CIA devem ser abordados na audiência de confirmação pelo Senado de Michael Mukasey, indicado por Bush para substituir Alberto Gonzales na pasta da Justiça. O Senado ainda não marcou a audiência, que deve acontecer ainda este mês.
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