O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse nesta segunda-feira que vai pressionar a ONU a agir pelo fim do conflito no Líbano, mas, novamente, resistiu ao apelo por um cessar-fogo imediato, apesar da crescente pressão depois do massacre israelense na cidade de Qana.
Bush também deixou claro que não pretende enviar tropas dos EUA para uma eventual força internacional de estabilização na fronteira israelo-libanesa. Apesar disso, os militares americanos podem dar apoio logístico à força.
Em discurso no porto de Miami, Bush lamentou a morte de 54 civis (a maioria crianças) na localidade libanesa de Qana e defendeu um acordo que trate das causas da violência no Oriente Médio.
- Vamos trabalhar com nossos aliados para levar ao Conselho de Segurança da ONU uma resolução que acabe com a violência e aplaine o terreno para uma paz duradoura no Oriente Médio - afirmou Bush.
À Fox News, ele afirmou que "parar só por pará-los pode ser OK, mas não vai tratar das causas de raiz do problema."
Bush deveria se reunir ainda na segunda-feira com sua secretária de Estado, Condoleezza Rice, que acaba de voltar do Oriente Médio.
O presidente apresentou alguns pontos específicos da proposta de resolução americana, que inclui "a eventual retirada das forças israelenses" do Líbano. Ele apóia o envio da força internacional, mas disse à Fox News que "a maioria dos países entende que não teremos tropas lá no terreno".
- Ficaríamos contentes de ajudar com logística e/ou comando e controle - acrescentou.
Bush disse que Israel está exercendo seu direito de legítima defesa contra o Hezbollah, que em 12 de julho sequestrou dois soldados israelenses, desencadeando o conflito.
- É importante lembrar que esta crise começou com um ataque terrorista não-provocado do Hezbollah contra Israel.
Na sede da ONU, foi cancelada uma reunião especial na segunda-feira para planejar o envio da força internacional ao Líbano. Funcionários disseram que é preciso surgir "mais clareza política" sobre como conter a violência, e que a reunião pode acontecer ainda nesta semana.
Uma proposta de resolução redigida pela França diz que a força só seria enviada depois que Israel e Líbano "aceitem em princípio" as condições para o cessar-fogo.
Bush insiste que o acordo inclua meios de obrigar o Hezbollah a parar seus ataques a Israel e pressione Síria e Irã a deixarem de fornecer armas à guerrilha xiita.
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