O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, tentou tranquilizar os mexicanos na terça-feira dizendo que não desistiu da reforma da política de imigração norte-americana, mas não conseguiu acabar com o ceticismo do país vizinho.
Bush disse ao presidente do México, Felipe Calderón, no primeiro encontro entre os dois, que vai tentar convencer o Congresso a aprovar seus planos para amenizar as leis de imigração e criar um programa para trabalhadores convidados.
``Minha promessa para você e para seu governo, mas principalmente para o povo do México, é que vou trabalhar o mais duro que conseguir para aprovar uma reforma ampla na imigração'', disse ele num hotel de luxo nos arredores da cidade de Mérida.
Bush havia prometido fazer do México uma prioridade quando tomou posse, em 2001, mas a guerra contra o terror deixou no país a sensação de estar sendo negligenciado.
Os mexicanos representam mais de metade dos 12 milhões de imigrantes ilegais que vivem nos EUA, e o México está insatisfeito com os planos norte-americanos de construir uma cerca na fronteira para conter a imigração ilegal.
``Não há como conter a migração, principalmente por decreto'', disse Calderón, conservador que assumiu o cargo em dezembro.
O México é a última parada da turnê latino-americana de Bush, que incluiu o Brasil. Calderón disse a um jornal mexicano numa entrevista publicada na terça-feira que não tinha grandes expectativas para o encontro com o presidente norte-americano, e afirmou querer se aproximar de Cuba.
Calderón agradou aos EUA ao colocar milhares de soldados no combate aos cartéis de narcotraficantes do México, mas costuma reclamar que os Estados Unidos não atacam seu consumo doméstico de drogas nem impedem as gangues mexicanas de comprar armas ao norte da fronteira.
``Precisamos da colaboração e da participação ativa de nosso vizinho, sabendo que, enquanto a demanda por drogas nos outros lugares não for reduzida, será muito difícil diminuir o fornecimento'', disse Calderón.
Bush não conseguiu aprovar a reforma na imigração no ano passado por causa da preocupação conservadora, no Congresso então republicano, com o reforço do policiamento na fronteira. Não se sabe se os democratas, que agora dominam o Congresso, estarão abertos a um acordo sobre o assunto.
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