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Gripe aviária

Butantan vai fazer vacina experimental

O Instituto Butantan vai produzir a primeira vacina experimental contra a gripe aviária em seres humanos da América Latina no ano que vem. A intenção é ter em estoque 20 mil doses, a serem aplicadas em situações de emergência. O laboratório da nova fábrica para produção de vacina contra gripe fica pronto em dezembro. Em janeiro, está previsto o início dos testes em animais e humanos. Depois desta etapa, a vacina será produzida.

O secretário estadual de Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, disse nesta terça-feira que é pouco provável que São Paulo tenha uma pandemia (doença epidêmica amplamente difundida) de gripe.

- A gripe aviária pega do contato próximo e contínuo do ser humano com a ave doente. No Brasil e em São Paulo não temos aves doentes e como o vírus da gripe aviária não está no território brasileiro e no estado de São Paulo é muito pouco provável que se tenha a doença - afirma Barradas.

O governador Geraldo Alckmin disse que apesar do número de casos em humanos ser de 121, o índice das mortes é alto, com 62 registros até agora.

- Nós não temos gripe aviária, mas existe a necessidade mundial da contingência. O Brasil não tinha fábrica de vacina de gripe. Começamos há dois anos as obras e vai ficar pronta no ano que vem. Seja para cepa (amostra do vírus) A, B ou aviária. Se surgirem outras cepas, estaremos aparelhados. Surgiu um vírus novo, trabalhamos e fabricamos a vacina - diz o governador.

Segundo Isaias Raw, presidente da Fundação Butantan, a vacina ficará na forma a granel e será aplicada só em situações emergenciais. Será um estoque chamado "estratégico". O instituto aguarda o recebimento de uma cepa do subtipo do vírus H5N1, causador da gripe do frango, para os trabalhos de desenvolvimento da nova vacina.

Alckmin confirmou que subirá de duas para oito o número de unidades sentinela, que monitoram o vírus da gripe. As próximas duas serão implantadas em dezembro no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e no Hospital São Paulo (capital). As quatro restantes estão previstas para 2006.

O estado não comprará o medicamento Oseltamivir (Tamiflu). Segundo Alckmin, o Ministério da Saúde já está realizando a compra de nove milhões de doses do medicamento, a um custo de R$ 193 milhões. Os funcionários da saúde dos 645 municípios paulistas estão recebendo orientações sobre a doença e a secretaria já programa um simpósio para falar sobre o tema.

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