O conservador Felipe Calderón, que obteve a Presidência do México com menos de um ponto percentual de vantagem, dirigiu-se a adversários na noite de quinta-feira a fim de tentar unir um país dividido pela eleição mais disputada de sua história moderna.

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Calderón, que teve margem de vitória de 0,58 ponto percentual, repetiu a oferta de incluir políticos de oposição em seu governo e disse que vai trabalhar para ganhar a confiança das pessoas que não votaram nele.

- A eleição ficou para trás. É hora de união e concordância entre os mexicanos - disse ele a uma multidão barulhenta de simpatizantes na central de sua legenda, o Partido de Ação Nacional (PAN).

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Apesar do tom conciliatório, os simpatizantes de Calderón vaiaram quando ele mencionou o oponente esquerdista Andrés Manuel López Obrador, visto por muitas pessoas das classes média e alta como um demagogo que ameaça suas rendas.

Calderón, advogado e economista com título de Harvard, agrada a Washington e a Wall Street com planos de seguir as políticas de livre mercado do presidente Vicente Fox para promover a criação de empregos e a estabilidade econômica. Ele já foi ministro da Energia de Fox.

López Obrador disse que a eleição de domingo teve irregularidades e prometeu contestar o resultado no tribunal eleitoral do México.

A campanha polarizou o país, principalmente suas classes sociais. Muitos pobres optaram por Obrador. O voto apertado também reflete as profundas divisões sobre o modelo econômico do México. Muitos eleitores apoiaram a promessa de Obrador de aumentar os subsídios e a ajuda social, além de aumentar o envolvimento do Estado na economia.

Calderón elogiou o comprometimento social do esquerdista. Ele prometeu que seu governo não vai esquecer as necessidades de milhões de pessoas que vivem em extrema pobreza no México e disse que vai melhorar os serviços de educação, saúde e moradia.

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Calderón foi eleito com 35,89% dos votos e López Obrador, ex-prefeito da Cidade do México, teve 35,31%.

Dezenas de milhares de simpatizantes de Obrador devem tomar as ruas no sábado para manifestar apoio ao candidato e para exigir uma recontagem voto a voto, pois sentem que ele foi enganado.