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O primeiro-ministro britânico David Cameron   já prepara a campanha de defesa do “sim” para a permanência do Reino Unido na UE. | Justin Tallis/AFP
O primeiro-ministro britânico David Cameron já prepara a campanha de defesa do “sim” para a permanência do Reino Unido na UE.| Foto: Justin Tallis/AFP

O primeiro-ministro britânico David Cameron anunciou neste sábado (20) que o referendo sobre a permanência ou não do Reino Unido na União Europeia irá ocorrer no dia 23 de junho. O acordo concluído com a UE para evitar a saída de seu país do bloco foi recebido com ceticismo pela imprensa britânica e muitos políticos. Veja as principais reações a este acordo:

The Times (conservador)

"Mingau ralo", foi o título do editoral do veículo. "Sabíamos que, do país do chocolate, David Cameron traria caramelo", ressaltou o jornal, ridicularizando "a produção teatral" das discussões de Cameron com seus parceiros. "Ele não tem muita escolha a não ser voltar aos velhos argumentos sobre os interesses britânicos de tentar reformar a Europa internamente, em vez de submeter-se aos rigores desconhecidos da independência total", observa o editorialista, para quem "uma batalha sagrada o aguarda".

The Guardian (centro-esquerda)]

"Um pacote prático" que "não pode ser reduzido a uma farsa". O jornal proclama o seu apoio a uma permanência do país na UE "aconteça o que acontecer" e pede para os eleitores analisarem "muito a sério" as reformas.

The Daily Telegraph (conservador)

"Ganhos escassos (...) Os britânicos vão olhar e se perguntar: 'é só isso?!' A partir de agora, os tormentos do Partido Conservador sobre o assunto vão ser expostos à luz".

Daily Express (conservador)

"O recuo de Cameron", foi o título da edição on-line do veículo. "Você chama isso de acordo, Dave?"

"Jeremy Corbyn (líder do partido de oposição trabalhista)

O acordo "é puro espetáculo e as mudanças negociadas não tem nada a ver com os problemas da maioria dos britânicos". Ele lamentou "uma oportunidade perdida para fazer as mudanças reais que precisamos" sobre a proteção do emprego, assegurando ao mesmo tempo em um comunicado que o seu partido "fará campanha para manter a Grã-Bretanha na Europa."

Nicola Sturgeon (líder do partido separatista escocês SNP)

"Agora que o acordo foi concluído, podemos cuidar do mais importante, a permanência na UE no interesse da Escócia e do Reino Unido (...). O governo escocês será a vanguarda deste debate", disse ela em um comunicado.

Nigel Farage (líder do partido euro-cético UKIP)

"Este é um acordo patético. Devemos deixar a UE, controlar nossas fronteiras, liderar o nosso próprio país e parar de dar 55 milhões de libras todos os dias para Bruxelas. Eu acredito na Grã-Bretanha. Somos competentes o suficiente para sermos uma nação independente e autônoma fora da UE. Esta é uma oportunidade de ouro" (tuíte).

Rupert Murdoch (magnata da mídia, proprietário do Times)

"Parabéns Michael Gove", ministro da Justiça amigo de Cameron que defenderá o Brexit. "Seus princípios vêm antes de suas amizades" (tuíte).

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