O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, declarou neste domingo (13) que o Partido Trabalhista é “uma ameaça à segurança nacional”, após a eleição de Jeremy Corbyn como líder da sigla.

CARREGANDO :)

“O Partido Trabalhista é agora uma ameaça à segurança nacional, a nossa segurança econômica e à segurança de suas famílias”, escreveu o líder conservador em sua conta no Twitter.

O Partido Conservador britânico começou sua campanha de descrédito de Corbyn depois que este foi eleito no sábado novo líder trabalhista com o contundente apoio de 59,9% dos militantes do partido, com um programa contra a guerra e contra a austeridade.

Publicidade

Embora em princípio a vitória do veterano deputado esquerdista possa dar mais chances aos “tories” nas urnas, estes também temem que alguma de suas radicais mensagens chegue a repercutir entre o eleitorado.

Por este motivo, o deputado conservador Andrew Mitchell convocou seus correligionários a “ocupar o centro político” e defender as virtudes “do capitalismo de consumo”.

Mais à esquerda

Corbyn, 66, enfrenta hoje o desafio de reunir uma equipe de oposição que lhe permita fazer frente a Cameron a partir de amanhã na Câmara dos Comuns, depois que alguns deputados trabalhistas mais centristas já adiantaram que não trabalharão com ele.

Em tese, ele é o candidato natural a primeiro-ministro nas eleições de 2020.

Publicidade

Apontado como integrante da ala de esquerda radical da legenda, Corbyn obteve 60% dos votos numa eleição interna contra outros três candidatos, entre eles, Liz Kendall, apoiada pelo ex-premiê Tony Blair (1997-2007).

Sua escolha é vista como uma nova era e uma aposta de risco para o Partido Trabalhista, que sofreu dura derrota para os conservadores na última eleição, em maio. Veterano no cenário britânico, Corbyn é um “outsider” num partido levado ao centrismo nos últimos 20 anos, em um movimento iniciado por Blair.

Corbyn defende, entre outras coisas, o fim da austeridade fiscal implementada pelo atual governo conservador, o aumento de impostos para ricos e mais proteção à área social. Na política externa, se opôs à participação britânica na Guerra do Iraque e é simpatizante da causa palestina. É a favor da permanência do Reino Unido na União Europeia e da “renacionalização” de empresas privatizadas de energia e transportes.