O candidato governista a presidente do Chile, Eduardo Frei, admitiu nesta sexta-feira que a coalizão de centro-esquerda no poder há duas décadas cometeu erros, mas disse que com apoio das forças progressistas poderá vencer o segundo turno no dia 17.
Frei ficou em segundo lugar no primeiro turno, em 13 de dezembro, bem atrás do milionário conservador Sebastián Piñera.
A chamada Concertación governa o Chile desde 1990, quando terminou a ditadura de Augusto Pinochet. Seus sucessivos mandatos promoveram a democracia e a prosperidade, mas acarretaram desgastes e divisões que ameaçam seriamente sua continuidade.
"Todos sabemos que a eleição de 17 de janeiro será muito apertada, mas estamos confiantes no trabalho que estamos realizando e ainda mais na unidade que fomos construindo com todos os setores democráticos e progressistas do Chile", disse Frei a correspondentes estrangeiros.
Piñera teve 44 por cento dos votos no primeiro turno, e Frei ficou com 30 por cento. O candidato independente de esquerda Marco Enríquez-Ominami teve 20 por cento e não declarou apoio algum no segundo turno.
A presidente socialista Michelle Bachelet vai chegando ao final do seu mandato com a maior aprovação já dada pela população a um presidente da Concertación, mas sem conseguir transferi-la totalmente a Frei, que já foi presidente de 1994 a 2000.
"O Chile é outro em 20 anos, mas evidentemente há desgaste, há erros. Vinte anos... Hoje em dia, que partido, que coalizão pode dizer que governou 20 anos consecutivos em uma democracia?", disse Frei.
O candidato, que é filho do também ex-presidente Eduardo Frei Montalva, disse que acaba de receber "com muito orgulho" a nacionalidade suíça, que havia pleiteado há cerca de dois anos. "Meu avô chegou ao Chile em 1905 e se casou com uma chilena, viveu a vida toda aqui. E meu pai, que foi presidente no ano 64, recebeu, depois que terminou a presidência, a nacionalidade suíça, como a recebem muitos filhos de imigrantes."