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Com um resultado que seria impensável apenas algumas semanas atrás, o ex-ministro da Saúde Maithripala Sirisena venceu a eleição presidencial no Sri Lanka, vencendo o atual presidente e antigo aliado Mahinda Rajapaksa.

Sirisena, que deixou o partido governista em novembro, aproveitou a impopularidade de Rajapaksa entre as minorias étnicas e religiosas do país, assim como a insatisfação da população em geral com o aumento do poder do presidente.

O ex-ministro recebeu 51,2% dos votos na eleição realizada na quinta-feira, enquanto Rajapaksa obteve 47,5%, informou o comissário eleitoral Mahinda Deshapriya.

Rajapaksa já havia reconhecido a derrota e saído da residência oficial na manhã desta sexta-feira, horas antes do anúncio oficial.

Sirisena, de 63 anos, tem longa carreira política. Ele pediu a seus partidários que permaneçam pacíficos após a vitória e disse a eles, durante reunião na Comissão Eleitoral, que não devem "sequer ferir os sentimentos alheios". "A honra desta vitória é nossa conduta pacífica", disse ele, agradecendo Rajapaksa por garantir que a transição tenha acontecido sem problemas.

Sirisena deve ser empossado ainda nesta sexta-feira.

O líder opositor Ranil Wickremesinghe, que reuniu-se com Rajapaksa na manhã desta sexta-feira, disse que o atual presidente percebeu sua derrota quando os resultados preliminares foram divulgados e concordou em entregar o poder. Ele disse que Rajapaksa merece o crédito pelo encerramento da guerra civil no país, mas que as população havia pedido mudanças.

O secretário de Estado norte-americano John Kerry emitiu um comunicado elogiando a transição pacífica de poder. "Eu elogio o presidente Rajapaksa por aceitar os resultados da eleição, dentro da tradição de transferência de poder ordeira e pacífica no Sri Lanka. Suas palavras sobre a aceitação do veredicto do povo e sobre seguir adiante são importantes."

O papa Francisco chega ao país na próxima terça-feira.

A campanha de Rajapaksa foi centrada em sua vitória sobre grupo Tigres de Liberação do Tamil Eelam em 2009 e em seu trabalho na reconstrução da infraestrutura do país. Já Sirisena se concentrou na expansão dos poderes presidenciais, além de acusar Rajapaksa de corrupção, algo que o presidente nega.

Acreditava-se que Rajapaksa, que chegou à presidência em 2005, seria facilmente reeleito para um terceiro mandato, até que Sirisena repentinamente deixou o governo em novembro e conquistou o apoio de outros políticos dissidentes e de muitas das minorias étnicas do país.

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