Líder nas pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial deste domingo (10), o nacionalista Ollanta Humala marcou distância do presidente venezuelano, Hugo Chávez, pedindo que ele não se intrometa nas eleições peruanas. Antigos amigos - Chávez apoiou abertamente a candidatura de Humala nas eleições de 2006 -, o candidato deixa a Venezuela de lado e diz se inspirar no "modelo brasileiro" de democracia e desenvolvimento.
No entanto, quando questionado se era mais próximo de Chávez ou do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, Humala esquivou-se. "Sou mais próximo do povo peruano", afirmou em entrevista coletiva para a imprensa estrangeira em Lima.
O candidato também fez questão de ressaltar seu compromisso com o crescimento da economia e com a liberdade de expressão. O candidato, que lidera as pesquisas, evitou falar em possíveis alianças com outros partidos para o segundo turno. "Seria uma falta de respeito com o eleitorado peruano falar disso antes do 10 de abril", disse.
Verdades e mentiras sobre Humala enchem as páginas dos jornais peruanos diariamente. A única certeza entre os analistas políticos é a de que Humala, com 28% das intenções de votos, já tem lugar praticamente assegurado no segundo turno, marcado para 5 de junho.
Militar da reserva natural de Lima, Humala, de 48 anos, liderou, com seu irmão Antauro, em 29 de outubro de 2000, uma fracassada tentativa de golpe contra o presidente Alberto Fujimori. Ele foi preso após a ação e logo depois anistiado. Em 2005, depois de ocupar postos de adido militar na França e na Coreia do Sul, ele retornou ao Peru para dar início à sua carreira política e, um ano depois, concorreu à presidência contra Alan García.
Humala venceu o primeiro turno com 30,6% dos votos válidos, mas tanto o discurso agressivo do candidato como os estreitos laços com Chávez fizeram com que ele perdesse a eleição.