O candidato presidencial Ollanta Humala, um nacionalista apontado como favorito para vencer a eleição presidencial de domingo no Peru, encerrou sua campanha enfatizando as promessas de igualdade e redução da pobreza, que cativaram milhões de peruanos.
No encerramento, nesta sexta-feira, o ex-militar de 48 anos pediu a seus partidários, em um comício na região andina de Arequipa, no sul do país, que votem sem medo por seu projeto de transformar o governo e "repartir melhor" a riqueza do Peru.
Embora Humala tenha moderado seu discurso radical, sua ascensão nas pesquisas, até chegar a 30 por cento de apoio, preocupa os investidores. Seus rivais dizem que votar nele seria um retrocesso para a economia peruana, que vive uma forte expansão.
Mas a base eleitoral de Humala está formada em grande medida por um terço dos 29,5 milhões de peruanos que não sentem os efeitos do crescimento econômico.
"A grande transformação é a grande redistribuição da riqueza no país e essa riqueza deve ser repartida entre todos os peruanos", disse ele a milhares de indígenas que o aplaudiam enquanto acenavam com a bandeira multicolorida do império inca, em um bairro pobre de Arequipa, cerca de 1.200 quilômetros ao sul de Lima.
Humala, cujo discurso radical contribuiu para sua derrota nas eleições presidenciais de 2006, adotou desta vez um tom mais moderado, semelhante ao do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ele diz que as mudanças serão paulatinas e sua política econômica será prudente.
Segundo as pesquisas, Humala lidera as intenções de voto, mas não venceria no primeiro turno. Três sondagens mostram que ele disputaria o segundo turno com Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, que está preso por corrupção e violação de direitos humanos.
Pesquisa da consultoria Datum entre 5 e 7 de abril aponta para Humala 31,9 por cento dos votos, Keiko, 22,3 por cento, o ex-ministro da Economia Pedro Pablo Kuczynski, 17,3 por cento, e o ex-presidente Alejandro Toledo, 15,3 por cento.