Escombros no distrito de Bhaktapur, no Nepal: autoridades estimam que número de mortos deve chegar a 5 mil nas próximas horas .| Foto: Abir Abdullah / EFE

O caos tomou conta da capital do Nepal, Katmandu, dois dias após o terremoto de 7,9 graus que atingiu o país no sábado e que deixou 4.252 mortos até o momento. Autoridades se esforçavam ontem para levar a ajuda do principal aeroporto do país até os desabrigados, que estão sem comida. Cansados de esperar pela ajuda governamental, milhares de moradores deixaram ontem Katmandu às planícies nos arredores da capital.

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Selfies

A histórica Torre Dharahara, destruída pelo terremoto de sábado no Nepal, acabou virando um local de selfies. A construção de nove andares foi reduzida a escombros. Apesar do cenário de caos e destruição, circulam nas redes sociais imagens de pessoas sorrindo com os amigos e tirando fotos no local.

Uma autoridade de alto escalão do Ministério do Interior nepalês disse que os mortos podem chegar a 5 mil nas próximas horas, no pior desastre do tipo no país desde 1934, quando 8,5 mil pessoas morreram.

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Indianos deixam o Nepal: aeroporto dificulta saída do país. 

Milhares de pessoas se amontoam no maior espaço aberto de Katmandu, em barracas improvisadas, em meio à incerteza e o sentimento de abandono por parte do governo. No acampamento de New Road, milhares passam as noites sob chuva e frio, entrelaçados em roupas e cobertores.

“Não há ajuda do governo. O exército está nos dando água, mas para consegui-la, é preciso ficar na fila durante horas”, lamentou Manoj Sah, um morador de origem indiana. As pessoas estão sobrevivendo com macarrão, enquanto os preços dos alimentos dispararam e já custam o dobro. Além disso, os banheiros públicos são insuficientes e em muito pouco tempo ficaram inutilizáveis.

7.000 feridos

Estão nas ruas da capital do Nepal, Katmandu. Cerca de US$ 40 milhões em doações já foram prometidos pela ONU (US$ 15 milhões) e por países como EUA (US$ 10 milhões) e Reino Unido (US$ 7,5 milhões). Há ainda o auxílio enviado pelos vizinhos China e Índia. O desafio agora é fazer as doações chegarem ao país.

A falta de comunicação devido à queda da telefonia em praticamente todo o Nepal impede estrangeiros de saber como recorrer à evacuação organizada por autoridades de seus países.

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Muitos edifícios de Katmandu ainda estão de pé, mas fendas e danos em estruturas aumentam o temor de desabamentos. Não há como deslocar-se em veículos pela cidade e a maioria das lojas estão fechadas.

Diante do hospital BIR, o principal de Katmandu, corpos mal cobertos estão posicionados em fila. A estrutura do hospital está danificada; no quarto e no quinto andar há fendas e os médicos se negam a subir para atender os feridos.

Aeroporto

O caos também tomou conta do Tribhuvan, o único aeroporto internacional do Nepal, em Katmandu. O local não tem plano de contingência para desastres, falta informação aos passageiros e a infraestrutura é precária (faltam plataformas e estacionamentos e há só uma pista, de um quilômetro, que funciona até meia-noite). A pista vem sendo ocupada por aviões enviados por outros países, que enviam ajuda.

Brasileiros estão a salvo

O alpinista brasileiro Rosier Alexandre, de 46 anos, foi resgatado ontem no campo 1 do Everest, a 5,9 mil metros de altura. Ele estava desaparecido desde sábado, quando o terremoto atingiu o Nepal, e conseguiu descer do campo 2, a 6,4 mil metros.

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Além disso, os turistas que estão no Nepal (estima-se que sejam 300 mil) tentam deixar o pais. Muitos aviões tiveram que dar meia-volta, já que o aeroporto acomoda apenas oito aeronaves de grande porte. Além disso, muitos empregados não aparecerem para trabalhar após o terremoto de sábado e uma série de tremores menores forçou o fechamento do aeroporto diversas vezes desde então.

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