Entenda como aconteceu o tremor que destruiu o Haiti| Foto:
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As testemunhas do terremoto têm certa dificuldade em descrever os primeiros momentos da tragédia que se abateu sobre o Haiti no fim da tarde de terça-feira. Além da impossibilidade de usar os principais serviços de comunicação – inutilizados pe­­los cortes de energia e telefonia – os brasileiros contatados on­­tem ainda lidam com os efeitos imediatos dos estragos.Rafael Beleboni, que trabalha em uma agência de cooperação internacional ligada ao Mi­­nistério das Relações Exteriores, disse à Gazeta do Povo, por e-mail, que a população está preocupada com o que vai acontecer nos próximos dias. "A água e a luz estão cortadas, e é possível que logo falte comida. Existe uma preocupação sobre o dia de amanhã (hoje), quando começar a faltar água e comida e os corpos começarem a cheirar mal. Os tremores continuam de tempos em tempos, com menor intensidade, porém a população entra em pânico a cada vez que a terra se movimenta", relata.Beleboni descreve um cenário de destruição e desespero. "Há corpos nas ruas e hospitais destruídos. Há também pessoas desabrigadas, muitos feridos e destroços por todas as ruas. As pessoas estão em pânico e o caos tomou conta." Ele estava hospedado na Embaixada do Brasil no Haiti, em Porto Príncipe, e informa que todos conseguiram sair a tempo.IntercâmbioUm grupo de seis alunos de graduação, uma aluna de mestrado, uma fotógrafa e um professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Univer­sidade Estadual de Campinas (Unicamp) que está em Porto Príncipe relatou em blog que está bem. "Estamos nos preparando para ajudar amanhã na remoção de escombros, ou qualquer outra forma possível", informou um dos integrantes do grupo.O professor Omar Ribeiro Thomaz, que lidera o grupo, descreve o momento exato do tremor: "Foi como uma onda, muito forte. Corremos para o meio da rua, enquanto a população também corria desesperada. Imediatamente começaram a clamar cânticos religiosos. Um posto de gasolina que estava a duas quadras explodiu em seguida, a livraria francesa veio abaixo. Logo começamos a ver pessoas queimadas, seminuas, correndo desesperadas."

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Exército

Veja a lista das vítimas brasileiras:

Raniel Batista de Camargos, 42 anos - O último contato do subtenente Camargos com a família no Brasil ocorreu quando o militar participa­va, via webcam, do aniversário da filha. A menina completou seis anos no mesmo dia em que o pai morreu no terremoto. Em maio passado, Camargos foi promovido de sargento a subtenente.

Davi Ramos de Lima, 37 anos - Familiares do sargento nascido em Garanhus (PE) preparavam uma festa para o militar, que retornaria ao Brasil no fim do mês. Segundo a família, no momento do terremoto, Davi fazia, com colegas, a escolta de Zilda Arns. Seu irmão Arimatéia Lima conta que Davi estava alegre pelo retorno e ansioso para rever a mulher, Fernanda, e seus dois filhos.

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Douglas Pedrotti Neckel, 24 anos - O cabo foi voluntário para a Minus­tah por razões humanitárias: que­ria ajudar os haitianos – pessoas que conhecia só pelos noticiários e sabia serem das mais sofridas da América.

Bruno Ribeiro Mário, 27 anos - O tenente sempre quis seguir a car­reira militar como o pai, o capitão da reserva Alacir José Mário. Ele inte­gra­va o 5º Batalhão de Infantaria Leve de Lorena (SP) e estava no Haiti havia seis meses. Voltaria ao Brasil no próximo sábado.

Antônio José Anacleto, 24 anos - Solteiro e fanático por futebol, o corintiano Anacleto era o mais novo de quatro irmãos. Vivia com eles e o pai em uma casa humilde na periferia de Cachoeira Paulista (SP). Estava havia cerca de sete anos no Exército.

Tiago Anaya Detimermani, 23 anos - A dona de casa Dalila Anaya Henrique, 43 anos, estava no hospital se recuperando de uma cirurgia quando viu o filho mais velho, o soldado Tiago Anaya Detimermani, pela última vez. Foi em julho de 2009. O soldado era casado e vivia com a mulher em Cachoeira Paulista (SP).

Emílio Torres dos Santos, 46 anos - O coronel do gabinete do Coman­dante do Exército em Brasília estava no Haiti desde maio passado. O co­ronel foi comandante do 26.º Bata­lhão de Infantaria Paraquedista, unidade de elite do Exército. Carioca, deixou mulher e duas filhas.

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Também morreram no terremoto os militares:

Leonardo de Castro Carvalho (2.º Sargento)

Washington Luis de Souza Seraphin (cabo)

Arí Dirceu Fernandes Júnior (cabo)

Kleber da Silva Santos (soldado)

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