Affoussy Bamba, uma porta-voz de Alassane Ouattara, o presidente democraticamente eleito na Costa do Marfim, disse à emissora France-24 que as forças favoráveis a Ouattara passaram os portões da residência de Laurent Gbagbo, que se recusa a deixar o poder e permanece em um bunker subterrâneo. "No momento eles ainda não capturaram Gbagbo, mas isso ocorrerá em breve", afirmou a porta-voz por telefone, de Abidjã. "Eles abriram os portões e disseram que a residência está cercada por fortes armamentos", disse ela. "Agora, o objetivo é capturá-lo."
Gbagbo parecia prestes a renunciar na terça-feira ao enviar um emissário para se encontrar com embaixadores estrangeiros a fim de negociar os termos de sua renúncia. Mas um alto diplomata que pediu anonimato disse que essa abertura parecia um truque, e que Gbagbo simplesmente buscava ganhar tempo. Hoje, uma fonte do governo francês relatou que a tentativa de negociar a saída de Gbagbo fracassou.
Gbagbo recusa-se a admitir a derrota no segundo turno das eleições presidenciais de novembro passado, e sua luta para ficar no poder deixou a Costa do Marfim à beira de uma guerra civil. Ouattara foi apontado como o vencedor nas urnas. Gbagbo, porém, recebeu 46% dos votos e representa quase a metade do país. A morte do político poderia causar mais violência.
Um porta-voz francês disse que Paris não está envolvida no ataque de hoje à residência de Gbagbo, ressaltando que esta iniciativa é realizada por partidários de Ouattara. Na terça, helicópteros de ataque das Nações Unidas e tropas francesas atacaram o arsenal de Gbagbo. Partidários dele acusaram os seguidores de Ouattara de tentar assassinar o rival político com a ação na residência de Gbagbo. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
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