Funcionários iraquianos disseram que pelo menos 32 pessoas foram mortas nesta sexta-feira (12), quando um carro-bomba dirigido por um suicida foi jogado contra uma delegacia de polícia em uma cidade de maioria xiita, Dujail, ao norte de Bagdá.
O carro-bomba não bateu diretamente na delegacia, mas em um prédio ao lado, danificando também com gravidade uma clínica médica. Policiais e funcionários da saúde iraquiana disseram que pelo menos 43 pessoas ficaram feridas no ataque. A delegacia de polícia não foi diretamente atingida graças à proteção de barreiras de concreto. O choque, no entanto, ocorreu a 50 metros do prédio dos policiais, em uma área repleta de consumidores que se preparavam para a Iftar, a refeição diária dos islâmicos durante o mês do Ramadã. Neste mês, os islâmicos só podem se alimentar após o pôr do sol. O ataque ocorreu às 18h, quando as pessoas estavam nas lojas comprando alimentos para preparar mais tarde a refeição.
Testemunhas dizem que viram pedaços de corpos em meio às ruínas e que vários carros foram incendiados pela explosão.
Kamil al-Khazraji, 33 anos, dono de uma loja de roupas, disse que se preparava para fechar o estabelecimento quando ocorreu o ataque.
"O chão tremeu. Eu sai da loja apenas para ver o fogo e a poeira", ele disse. "A área parecia um campo de batalha, com gente ferida berrando por socorro e corpos de mortos".
Dois oficiais da polícia e um funcionário de um hospital informaram o número de baixas sob anonimato. Um dos policiais disse que entre os 32 mortos estão quatro policiais.
Os militares americanos confirmaram que um carro-bomba explodiu em Dujail, mas disseram que 23 iraquianos foram mortos e 40 ficaram feridos. Números conflitantes para baixas em ataques no Iraque são comuns e se alteram, à medida que as autoridades removem os escombros e encontram mais vítimas.
O número de baixas informado pelos funcionários iraquianos faz com que o ataque de hoje em Dujail seja o mais mortífero desde 28 de julho, quando 32 pessoas foram mortas por três mulheres-bomba suicidas em um ataque contra peregrinos xiitas perto de Bagdá.
Dujail, cidade 50 quilômetros ao norte de Bagdá, foi palco de uma tentativa de assassinato contra o então ditador iraquiano Saddam Hussein em 1982. Saddam foi enforcado em 30 de dezembro de 2006, após ter sido condenado por ter ordenado a matança de 140 xiitas em Dujail, em retaliação à tentativa de assassiná-lo em 1982.
Mais cedo nesta sexta-feira, uma mulher-bomba suicida detonou os explosivos na frente de uma mesquita xiita em Sinjar, enquanto os fiéis deixavam o prédio após as preces. Duas pessoas foram mortas e outras 15 ficaram feridas, disse o chefe da polícia local, o coronel Awad Kahlil. Sinjar é uma cidade próxima a Mossul, no norte do Iraque, onde os EUA conduzem operações contra insurgentes sunitas.
Em outros eventos, xiitas seguidores do clérigo anti-americano Muqtada al-Sadr protestaram nesta sexta-feira contra o acordo de segurança que o governo iraquiano discute com os Estados Unidos. O acordo determinará o status militar americano após o final do mandato das Nações Unidas no país, que acabará em dezembro.
Em Bagdá, o xeque Abdul Hadi al-Mohammadawi, um assessor de al-Sadr, disse nas preces que o pacto com os EUA é um "acordo suspeito" que trará "humilhação e degradação ao povo iraquiano". Após as preces, os manifestantes queimaram bandeiras dos EUA e do Estado de Israel. As informações são da Associated Press.
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