A Casa Branca defendeu os agentes federais de segurança aérea que mataram um passageiro de um avião da American Airlines no Aeroporto de Miami. Segundo o porta-voz Scott McClellan, eles agiram de forma "condizente com seu treinamento". O representante da Casa Branca informou, porém, que uma investigação vai determinar se são necessárias mudanças neste tipo de operação em função do incidente trágico.
A ação dos agentes federais na tarde de quarta-feira está suscitando muita controvérsia. Rigoberto Alpizar, de 44 anos, um cidadão americano nascido na Costa Rica e sem qualquer vestígio de vínculo com terrorismo, foi morto no passadiço entre o avião em que viajaria para Orlando, onde vivia, e o portão de embarque. Aparentemente, era um homem doente, com o qual os agentes não conseguiram lidar de maneira pacífica.
Autoridades afirmaram que Rigoberto deu a entender que tinha uma bomba numa mochila, saiu correndo para fora do avião, não ouviu ordens de parar e largar a bolsa e, ao contrário, fez menção de mexer nela. Nesta altura, os agentes resolveram disparar.
- Não acho que ninguém quer que se chegue a uma situação como essa, mas os agentes parecem ter agido de forma condizente com o longo treinamento que receberam - disse o porta-voz Scott McClellan.
Ele afirmou que o Departamento de Segurança Interna trabalha com o FBI e autoridades policiais de Miami para entender o que aconteceu.
- Quando se produz uma investigação como esta, aprendem-se lições que depois são aplicadas ao treinamento e a procedimentos futuros, Mas parece que o método a seguir estabelecido para esses casos foi seguido.
O incidente no Aeroporto Internacional de Miami marcou a primeira vez que um passageiro de avião foi baleado por agentes federais desde que o programa foi intensificado, após os ataques de 11 de setembro de 2001 contra Nova York e Washington.
'TUDO VAI FICAR BEM' - Segundo relatos de passageiros, a mulher de Rigoberto Alpizar tentou em vão acalmar o marido e dissuadi-lo de deixar o avião momentos antes de ele ser morto. Ela tentou desculpar-se com os demais passageiros, dizendo que ele não tomara seu remédio naquele dia. Segundo a CNN, a sogra de Alpizar confirmou que ele era bipolar. Ele pode ter sofrido um ataque de ansiedade ou pânico e tentado fugir do avião no qual embarcara momentos antes. É possível que, no meio da confusão e transtornado, Alpizar tenha sido capaz de dizer que tinha uma bomba na mochila, para desvencilhar-se dos agentes federais.
- Ela estava indo atrás dele. Ficava dizendo que o marido dela era doente, que o marido dela era doente... - descreveu Alan Tirpak, um dos passageiros.
Ele confirmou que a mulher retornava na direção de seu assento, repetindo a mesma coisa, quando se ouviram os tiros.
- Eu a ouvir dizer: "Ele é bipolar, ele não está com o remédio" - disse Mary Gardner.
Outra passageira, Ellen Sutliff, recorda de Alpizar agitado ainda antes do embarque. Desde então, segundo ela, a mulher tentava acalmá-lo.
- Temos apenas que atravessar a alfândega. Por favor, me ajude a passar por isso - teria dito a Anne ao marido. - Vamos estar em casa logo, e tudo ficará bem.
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