O governo Obama pretende entregar ao Congresso no final da semana que vem --já fora do prazo legal-- um relatório que detalha os cortes orçamentários que serão necessários caso os líderes parlamentares não cheguem até o fim do ano a um acordo sobre a redução do déficit.
O porta-voz Jay Carney disse a jornalistas no avião presidencial que o governo vai atrasar a divulgação dos detalhes sobre os gastos. Conforme uma lei sancionada em 7 de agosto, o presidente Barack Obama tinha 30 dias para informar ao Congresso como pretende cortar bilhões de dólares em gastos públicos.
"Dado o tempo necessário para tratar das complexas questões envolvidas na preparação do relatório, o governo irá submeter esse relatório ao Congresso até o final da semana que vem", disse Carney.
O presidente da Câmara, o republicano John Boehner, disse que o atraso mostra a recusa de Obama em "ser franco com o povo norte-americano". Ele acrescentou que o presidente, recém-anunciado candidato à reeleição na Convenção Nacional Democrata, "colocou sua própria campanha eleitoral à frente dos interesses do país".
O contingenciamento automático de verbas previsto em lei totaliza cerca de 1,2 trilhão de dólares até 2021, e foi parte de um acordo entre a Casa Branca e o Congresso após um impasse nas negociações sobre a crise da dívida pública dos EUA.
Os cortes são tão profundos que democratas e republicanos preferem evitá-los. As restrições entram em vigor em 2 de janeiro caso o Congresso não chegue a um acordo sobre a redução do déficit.
"Não há planejamento que altere o fato de que o sequestro (de verbas do orçamento) teria consequências devastadoras", disse Carney. "Precisamos lidar com nossos desafios fiscais de forma balanceada."
Se os cortes não forem alterados ou cancelados pelo Congresso, as reduções de gastos retirariam 55 bilhões de dólares da defesa e 55 bilhões de dólares de programas domésticos em 2013.
Os democratas insistem para que os republicanos aceitem elevações tributárias para pessoas de maior renda, em troca de retirar alguns cortes da defesa. Já os republicanos são contra qualquer aumento de impostos. Não há até agora nenhuma medida de redução do déficit que tenha reunido amplo apoio no Congresso.
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