Grupo de “invasores residenciais” pede a saída de Kadafi após ocupar a casa de familiares do ditador, em Londres| Foto: Suzanne Plunkett/Reuters

"Potências devem pressionar"

Em 1986, Muamar Kadafi concedeu uma entrevista a um grupo de jornalistas estrangeiras. Finda a entrevista, ele as convidou, uma a uma, a entrar em uma sala mobiliada apenas com uma cama e uma televisão e fez uma proposta a cada uma das profissionais.

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Enquanto se preocupa em conter o avanço das forças rebeldes na Líbia, Muamar Kadafi sofreu um revés em território inesperado: um grupo de squatters (invasores residenciais) tomou uma mansão supostamente pertencente à família do ditador, localizada no requintado subúrbio londrino de Hampstead. Ao contrário da prática normalmente usada para imóveis abandonados, a tomada da mansão, avaliada em mais de US$ 15 milhões, tem cunho político, de acordo com o grupo responsável pela operação.

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Sob o nome de "Abaixo os Tiranos", a trupe divulgou um comunicado informando que a invasão tem como motivo pressionar autoridades internacionais a confiscarem bens pertencentes ao ditador e devolvê-los ao povo líbio — a começar pelo imóvel em questão. Até agora, diversos governos, inclusive o britânico, já congelaram uma série de itens da carteira de investimentos internacionais da família Kadafi.

Segundo informações de moradores da região, a mansão costuma ser usada por Saif al-Islam, o filho de Kadafi mais conhecido pelas entrevistas ameaçadoras e por ter feito doutorado na London School of Economics. O imóvel, que teria sido adquirido em 2009, tem oito quartos e foi construído em estilo clássico. Além disso, conta com um cinema privativo, piscina coberta e um refinado sistema de segurança. Não há nenhum líbio no grupo, que ontem fez questão de provocar Kadafi ao avisar ter se preocupado especialmente com as televisões de tela plana instaladas em cada cômodo da casa.

"Estão todas sintonizadas na al-Jazeera", alfinetou Jones, referindo-se à emissora de TV árabe que é uma pedra no sapato de ditadores.