Buenos Aires - O chefe de gabinete da Presidência argentina, Aníbal Fernández, acentuou ainda mais a tensão diplomática entre o governo argentino e o norte-americano, ao acusar o subsecretário de Estado dos Estados Unidos para a América Latina, Arturo Valenzuela, de ter mentido sobre o material que seria transportado para o país sul-americano.
A crise começou na quinta-feira passada, quando o avião militar C-17 Globemaster III, das Forças Armadas dos Estados Unidos, que chegava com armamentos para treinar um grupo de elite da Polícia Federal argentina, foi retido no aeroporto de Ezeiza.
Depois que a confusão veio a público, Valenzuela exigiu a devolução da carga confiscada e qualificou de "vergonhosa" e "desmesurada" a reação da Argentina depois da apreensão.
"O informe que Valenzuela publicou por escrito diz que a visita foi totalmente acertada com o Ministério da Segurança, e isso não é verdade", disse Fernández à Rádio 10.
Segundo ele, o que foi aprovado foi um informe enviado em dezembro que, se confrontado com os materiais enviados, mostra itens não declarados.
Em reação, o chefe de gabinete argentino afirmou que "a realidade é que entre o material apreendido encontram-se armas, drogas, doses de morfina, GPS muito sofisticados, elementos tecnológicos e drogas médicas vencidas. Isso é o que foi apreendido".
Defesa
Em defesa da operação que causou o conflito, ele acrescentou: "Quando se quer entrar na Argentina com este tipo de elemento, é necessário impedir e confiscar. Não pode entrar o que eles desejam. Nosso país é um pouco mais sério do que isso. O governo argentino cumpre a lei".
Ele ainda negou que o novo incidente diplomático com os Estados Unidos tenha sido deliberado.
"Nem existe um incidente diplomático deliberado nem as expressões de Valenzuela são muito felizes porque não dão conta de tudo o que ocorreu", disparou.
A Casa Rosada, por meio da Chancelaria argentina, apresentou um protesto formal à embaixada norte-americana na qual exigiu um pedido de desculpas, advertiu que não devolverá o material apreendido e pediu colaboração do governo de Obama com a investigação.