Os integrantes do batalhão da força de paz brasileira no Haiti ainda estão atordoados com a notícia da morte do general Urano Teixeira da Matta Bacellar, ocorrida nesta madrugada. Segundo o tenente coronel Cunha Matos, oficial de informações do batalhão brasileiro em Porto Príncipe, a causa da morte ainda está indefinida.
Embora agências internacionais falem em suicídio, a versão oficial até agora é que houve um acidente com arma de fogo no Hotel Montana, onde o general estava hospedado. Cunha Matos também disse que será investigada a informação de que foram ouvidos tiros na área do hotel no momento do acidente.
Na semana passada, segundo Cunha Matos, houve um outro acidente que culminou com a morte de outro oficial da força de paz, um capitão jordaniano. Nesse caso, o corpo só foi liberado para embarcar para a Jordânia depois da perícia feita no Haiti. Esse procedimento deve ocorrer também com o corpo do general Urano.
No meio de uma operação do batalhão em Porto Príncipe, o tenente coronel Cunha Matos informou que os integrantes do batalhão brasileiro tinham pouco contato com Urano, que era o comandante do componente militar de toda a força de paz da ONU no Haiti. O comandante geral é o embaixador chileno Gabriel Valdez. O posto foi passado para Urano em agosto último pelo brasileiro general Heleno.
A morte do general Urano Bacellar aconteceu horas depois de uma reunião do Conselho de segurança da ONU, para se posicionar sobre o adiamento das eleições do Haiti, prevista para amanhã e adiada indefinidamente pelo Comitê provisório de eleições. Em declaração, o Conselho da ONU pediu que as eleições sejam realizadas até o dia 7 de fevereiro, data limite para que o governo provisório do Haiti seja substituído pelo presidente eleito.
Segundo Cunha Matos, o general Urano não dava mostras de depressão ou descontentamento que pudessem levá-lo a um ato extremo. Ainda na sexta-feira, o general Urano Bacellar participou de um coquetel para entrega de medalhas na formatura de militares da companhia guatemalteca. Quem estava presente relatou que o brasileiro estava alegre, e participou de brincadeiras, tirando fotos na entrega da medalha aos guatemaltecos.
- Não temos nenhuma informação que indique suicídio. Mesmo porque a carga maior de cobrança da mídia era em cima do embaixador Valdez. Ainda temos que investigar essa informação não confirmada de que houve tiros na região do Hotel Montana - disse Cunha Matos.