A equipe de plantão do Itamaraty, em Brasília, informou neste domingo que residem em Sendai, uma das cidades mais afetadas pelo terremoto de magnitude de 8,9, entre 15 a 20 brasileiros. Já em Fukushima, onde está localizada diversas usinas nucleares também atingidas pelo sismo, moram 383 brasileiros, segundo dados do Ministério do Interior do Japão. ( Número de vítimas por terremoto em província japonesa pode superar os 10 mil; balanço oficial confirma mais de 1.200 mortes )
O jornalista brasileiro Marcelo Sato, que reside em Tóquio desde 1991 com a mulher e duas filhas, relatou que o governo japonês orientou os moradores de Fukushima para saírem às ruas somente com o uso de máscaras. Além disso, foi recomendado também à população da cidade que utilize capas de vinil descartáveis, semelhantes a capas de chuvas com capuz. As orientações foram dadas para minimizar os riscos de contaminação pela radiação que ainda vaza das usinas nucleares.
As autoridades japonesas pedem para que as capas de vinil e as máscaras não sejam reutilizadas e que, ao chegar em casa, as pessoas joguem esses materiais no lixo. Os moradores de Fukushima também estão sendo instruídos a não usarem sistemas de ventilação com aparelhos de ar-condicionado, que traz ar do exterior para o interior das casas, segundo Sato.
O governo japonês prepara uma espécie de "política de apagão" de energia elétrica para a Região Norte do arquipélago, área mais afetada pelo terremoto e pelo tsunami que se seguiu, na sexta-feira. A informação foi passada à Agência Brasil pelo secretário da Embaixada do Brasil em Tóquio, Eduardo Souza, responsável pelos contatos com a imprensa.
A ideia do governo nipônico é implantar uma escala de cortes de energia de três horas por dia nas cidades da Região Norte. Segundo o secretário do Itamaraty em Tóquio, o premiê ressaltou em seu pronunciamento à nação que as pessoas das cidades do Norte serão comunicadas antecipadamente sobre os blecautes.
O governo japonês também decidiu criar três comissões para lidar com a crise na qual o país mergulhou desde sexta-feira. Segundo Eduardo Souza, uma delas vai tratar exclusivamente no estudo dos problemas energéticos como a tentativa de controle das usinas nucleares da região afetada e que ainda apresentam riscos de explosão.
Outra comissão tratará do ordenamento dos trabalhos de socorro às vítimas a serem desenvolvidos por organizações não governamentais (ONG) que já se ofereceram para ajudar o governo japonês. A terceira comissão vai estudar a situação da economia japonesa e as medidas que serão tomadas para minimizar ao máximo as consequências do terremoto para a indústria do país.
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