O governo colombiano voltou nesta quarta-feira (13) a insistir em sua suspeita sobre um possível envolvimento de Francisco Cadena Collazos, conhecido como Olivério Medina e que vive no Brasil na condição de exilado político, com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Essa inquietação foi demonstrada pelo chanceler da Colômbia, Jaime Bermudez, em um encontro no Itamaraty com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Sob o argumento de que Medina é casado com uma brasileira e tem um filho brasileiro, Amorim foi cauteloso e se limitou a dizer que as autoridades brasileiras vão examinar a informação.
- Já manifestamos ao Brasil nossa preocupação de que Medina pode ainda ter vinculações com as Farc. Parece-me oportuno que essa questão seja avaliada - afirmou Bermudez, ao lado do ministro brasileiro.
Amorim, por sua vez, lembrou que Medina está há dez anos no Brasil. O governo colombiano, acrescentou o ministro, chegou sem sucesso, em 2005, a pedir sua extradição.
- O governo brasileiro achou melhor conceder refúgio a Olivério Medina - disse Amorim.
A informação veiculada em alguns veículos de imprensa brasileiros e em uma revista colombiana sobre a existência de e-mails que teriam sido trocados entre o vice-líder das Farc, Raul Reyes - assassinado este ano por tropas do exército da Colômbia - e representantes do governo brasileiro foi levantada durante a entrevista concedida por Bermudez e Amorim. Entre os nomes citados nas mensagens estariam o do próprio ministro das Relações Exteriores, dos ex-ministros José Dirceu e Roberto Amaral, além de Gilberto Carvalho, chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
- Passamos ao governo brasileiro essa informação. Corresponde a cada país avaliá-la e decidir sobre eventuais responsabilidades. Certamente é um tema que não afetará nossas relações bilaterais - afirmou Bermudez.
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