O ministro de Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, disse nesta sexta-feira ver boas perspectivas para reiniciar as conversas de paz com palestinos e negou que a questão polêmica dos assentamentos judaicos seja um obstáculo.

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Seus comentários contrastaram com as opiniões palestinas de que o discurso do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, no domingo minaram as chances para o reinício das negociações, interrompidas pelos palestinos após a incursão israelense na Faixa de Gaza, no início do ano.

"Pensamos que temos hoje uma boa chance de começar o diálogo com os palestinos", Lieberman disse a jornalistas após encontro com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon. "O que é importante é começar as conversas sem pré-condições."

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Lieberman disse que os assentamentos judaicos na Cisjordânia ocupada "não eram um obstáculo para se chegar à paz". Ele disse que não havia paz no período antes de 1967, ano da ocupação dos territórios palestinos por Israel, quando não haviam os assentamentos, e Israel não garantiu paz em Gaza ao abandonar suas colônias no território, em 2005.

Lieberman, que é um colono, é o fundador do partido Yisrael Beitenu (Nossa Casa é Israel), apoiado por imigrantes que falam russo, como ele. Mas sua retórica linha dura conquistou grande apoio fora deste grupo.

Palestinos ficaram desapontados com o principal discurso de Netanyahu sobre políticas de governo, no qual ele não se comprometeu em suspender a expansão de assentamentos na Cisjordânia. O líder israelense, no entanto, aceitou o conceito de um Estado palestino, embora com grandes limitações.

Em encontro com Lieberman na quarta-feira, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, pediu a suspensão da expansão dos assentamentos.

Mas, nesta sexta-feira, Lieberman descreveu a questão das colônias como uma "desculpa para aqueles que tentam evitar conversas de paz".

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Ele disse que Israel concordou com a administração Obama em vários pontos e teve apenas uma divergência -- sobre os assentamentos.

"Creio que é muito natural que, mesmo com nossos amigos mais próximos, tenhamos uma divergência, e creio mesmo neste ponto que podemos formular entendimentos, podemos chegar a entendimentos", disse ele.

"Não é uma questão principal na nossa região", disse Lieberman. "Se eu tentar comparar o que acontece agora no Irã e o que acontece no Afeganistão e Paquistão ao problema dos assentamentos, é muito claro o que... deve ser a prioridade da comunidade internacional".