Em uma missão de reaproximação entre Israel e América Latina, o chanceler israelense Avigdor Lieberman fez nesta terça-feira (21) sua primeira parada no Brasil. Ele foi recebido à tarde pelo governador de São Paulo, José Serra (PSDB), no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista. Criticado pelo secretário de Relações Internacionais do PT, Valter Pomar, partido do presidente da República, que o receberá nesta quarta (22) em Brasília, Lieberman recusou-se a falar com a imprensa ao deixar o Palácio.
No encontro reservado com o governador, Lieberman fez uma apresentação da visão israelense a respeito dos conflitos do Oriente Médio. O ex-ministro de Relações Exteriores Celso Lafer, atual presidente da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), participou da reunião e relata: "Ele fez uma exposição da visão dele, sobre a dicotomia entre extremistas e moderados."
A conversa, que durou 1h15, foi preenchida também com intenções por parte do governo de São Paulo de firmar cooperações na área de tecnologia, agricultura, saneamento e pesquisa. Serra falou a Lieberman sobre a experiência dos medicamentos genéricos no País. Participaram do encontro o secretário paulista de Agricultura e Abastecimento, João Sampaio, e o presidente da Companhia de Saneamento e Abastecimento do Estado (Sabesp), Gesner de Oliveira.
Na comitiva israelense vieram o embaixador de Israel no Brasil, Giora Bechier, a embaixadora na América Latina, Dorit Shavit, e a deputada Ruhama Balila. Serra presenteou Lieberman com uma caixa de canetas de madeira, feitas pelo artista plástico brasileiro André Petry. O governador recebeu um sacola preta de papel das mãos do israelense, mas não a abriu diante dos visitantes, segundo relato de um dos participantes do encontro.