Uma charge publicada pelo semanário satírico francês “Charlie Hebdo”, expondo vítimas do terremoto que deixou pelo menos 300 mortos na Itália, causou mal-estar e revolta nesse país.
“Esses desenhos são repugnantes”, declarou nesta sexta-feira à noite (2) o ministro italiano da Justiça, Andrea Orlando, depois de uma série de reações indignadas nas redes sociais.
“Não acho que seja necessário ir além nos comentários, porque acho que produzimos, assim, exatamente o efeito procurado (...) ou seja, criar um escândalo e, então, uma discussão e atrair a atenção da imprensa”, acrescentou o ministro.
O presidente do Senado italiano, Pietro Grasso, disse respeitar “a liberdade da sátira, da ironia”, mas, frisou, “também posso dizer que tenho a liberdade de dizer que tudo isso é nojento”.
Na charge que causou revolta nas redes sociais, vê-se vítimas do terremoto, ensanguentadas, com a inscrição “penne ao molho de tomate” e “penne gratinadi”, ou ainda, corpos sob escombros, com a palavra “lasanhas”.
“Agora eu queria ver todos esses #jeSuisCharlie italianos”, tuitou Ciro Pellegrino. “Vergonha, não brinquem com os mortos dos outros”, postou, em francês, Alessandro Urso.
“As opiniões expressas pelos jornalistas são livres” e “o desenho do Charlie Hebdo não representa em nada a posição da França”, esclareceu a embaixada da França em Roma, nesta sexta, em um comunicado.
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