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polêmica

Charlie Hebdo sugere que menino sírio morto poderia ter virado agressor sexual

“O que o pequeno Aylan seria quando crescesse?”, pergunta o Charlie.Embaixo, a resposta: “um assediador na Alemanha” | Reprodução
“O que o pequeno Aylan seria quando crescesse?”, pergunta o Charlie.Embaixo, a resposta: “um assediador na Alemanha” (Foto: Reprodução)

Mais uma do Charlie Hebdo: o jornal satírico francês conhecido pelas críticas ácidas publicou um novo cartoon que faz referência a Alan Kurdi, o menino sírio de três anos que morreu em uma praia turca na tentativa de chegar a Europa. A foto do corpo do pequeno migrante foi a mais emblemática da crise migratória em 2015.

Desta vez, a crítica do jornal francês tem relação também com os numerosos casos de agressão sexual na noite de réveillon na Alemanha, Suécia e Suíça. No desenho, são representados dois refugiados assediando mulheres. A legenda na parte superior diz: “O que o pequeno Aylan seria quando crescesse?”. Embaixo, a resposta: “um assediador na Alemanha”. Aylan, com ‘y’, foi a forma errada que o nome do menino foi inicialmente grafado.

A ilustração foi publicada na edição especial do semanário de um ano dos ataques a sua redação. Tão logo foi as bancas, as críticas surgiram. Muitos apontaram que o jornal estaria generalizando os refugiados. “Revoltante. O Charlie Hebdo diz que o menino morto de 3 anos poderia ser um agressor sexual”, declarou a jornalista norte-americana Sophie mcNeill, da rede ABC no Oriente Médio, no Twitter.

Para outros, o desenho pode ser mais uma sátira bem elaborada do jornal. “Talvez o jornal esteja satirizando justamente os estereótipos dos migrantes”, defendeu o jornalista Christopher Thompson, do Financial Times, também no Twitter.

Não é o primeiro cartoon polêmico do Charlie que envolve o menino sírio. No ano passado, o semanário publicou dois desenhos que também levantaram debate.

Apesar das interpretações ambíguas, o Charlie Hebdo defende em seus editoriais políticas de acolhimento a imigrantes e mantém postura oposta a conservadores.

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